Pouco mais de 1% dos jogadores de futebol contratados recentemente por clubes brasileiros tiveram acesso ao Ensino Superior. O levantamento foi feito pela Revista Quero com base nos dados de dezembro de 2018 a março de 2019 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Os dados mostram que 3.329 atletas com 18 anos ou mais tiveram contratos assinados no intervalo de quatro meses, entre dezembro e março (últimos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho). Desse total, apenas 1,4% dos jogadores declararam* terem cursado uma faculdade, porcentagem que representa 47 atletas. Destes, somente 20 estão registrados com Ensino Superior completo.
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Na contramão do baixo número no Ensino Superior, a quantidade de atletas que possuem o Ensino Médio completo é bem maior que a média brasileira. Dos últimos contratados, 83,3% (2.774 jogadores) declararam terem concluído a Educação Básica (até o Ensino Médio).
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De acordo com números de 2017 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad C), a taxa de escolarização é de 31,7%, enquanto 46,1% dos brasileiros com 25 anos ou mais concluíram o Ensino Médio.
O estado de São Paulo concentra o maior número de contratações (768) e de jogadores que acessaram o Nível Superior: sete se declararam formados e cinco possuem superior incompleto.
O Rio Grande do Sul vem em seguida. Das 452 contratações, 10 jogadores chegaram à faculdade. Minas Gerais (285 novos contratos) e Espírito Santo, com 285 e 123 novos contratos, possuem seis jogadores que alcançaram o Ensino Superior. No Rio de Janeiro, dos 135 jogadores com novos vínculos, apenas dois foram à faculdade - um completou o curso.
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Mulheres possuem porcentagem maior no Ensino Superior
O número de mulheres que movimentaram o mercado do futebol entre dezembro de 2018 e março de 2019 é menor que o de homens. 157 jogadoras receberam novos contratos nesse intervalo de tempo. Dez delas alcançaram uma faculdade, sendo que cinco declararam ter o diploma de Ensino Superior.
A maioria possui o Ensino Médio completo: 115 jogadoras (73,2%).
Chamados de "professores", treinadores com Ensino Superior são maioria
429 treinadores receberam novos contratos entre dezembro do ano passado e março de 2019. Com os dados do Caged, é possível perceber a diferença de formação dos técnicos para os jogadores. 54% do total ingressaram no Ensino Superior, ou seja, 232 treinadores entraram numa faculdade. E a grande maioria destes concluiu curso: 208 profissionais possuem diploma superior.
A maior parte do restante completou o Ensino Médio mas não ingressou na faculdade: 185 treinadores (43,1%).
E os árbitros?
A amostra de dados é menos para essa categoria. Apenas 12 árbitros de futebol criaram novos vínculos empregatícios entre dezembro do último ano e março de 2019: três possuem o Ensino Superior completo, cinco concluíram e dois não terminaram o Ensino Médio, um concluiu e outro não encerrou a os estudos do Ensino Fundamental.
Elaboração dos dados: Rodrigo Simões/Mathias Sallit