Atualizado em 19/08/2022
Se você está estudando para o Enem ou outros vestibulares, um assunto muito comum na sua rotina de preparação é a redação dissertativa-argumentativa, não é mesmo?
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Afinal, esse gênero textual é cobrado pela maioria dos grandes vestibulares e exames. E, como diz o seu próprio nome, esse tipo de texto espera que o estudante defenda um ponto de vista sobre um determinado tema apresentado pela banca corretora a partir de argumentos. Por isso, para garantir uma boa avaliação, é essencial saber desenvolver justificativas críveis e bem estruturadas que cumpram o seu papel na redação.
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O que é o texto dissertativo-argumentativo?
A dissertação é um dos gêneros textuais mais cobrados em exames e vestibulares do Brasil, e utilizado em todas as provas do Enem. Dissertar significa expor um assunto de maneira abrangente e aprofundada. O objetivo é discorrer sobre um tema específico. Contudo, no texto dissertativo-argumentativo, além de falar sobre um tema, é preciso argumentar sobre ele, ou seja, apresentar dados, ideias e provas para fundamentar a ideia central do texto.
Dessa forma, o texto dissertativo-argumentativo é aquele em que o autor discorre sobre um determinado tema e, enquanto discorre, também apresenta um ponto de vista, uma "tese" acerca do assunto, utilizando argumentos que comprovem o ponto de vista abordado.
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Como escolher qual tipo de argumento utilizar?
Para Fabiana Gomes de Camargo, professora de redação e coordenadora da área de linguagens do Colégio Oficina do Estudante, antes de escolher o tipo de argumento, o mais importante é que o estudante entenda que o seu objetivo é convencer o leitor sobre a sua opinião.
"É possível utilizar argumentos de diferentes naturezas para fundamentar o ponto de vista escolhido pelo produtor do texto. Não há um tipo específico que possa ser aceito como regra; o melhor tipo de argumento é aquele que fundamenta bem a tese proposta", explica.
Tipos de argumentação
A professora indica quatro tipos mais universais e que são comumente aceitos em provas como vestibular, são eles:
- Argumento de valor universal: é a expressão de um raciocínio lógico por meio da relação entre dados conhecidos, e, dessa forma, torna-se possível chegar a uma conclusão.
- Dados colhidos da realidade: para confirmar o ponto de vista do autor, são apresentadas informações de conhecimento geral, que fazem parte do repertório sociocultural que autor e leitor compartilham. Nesse tipo, incluem-se as ilustrações, os exemplos, os resultados de pesquisas e o conhecimento de diversas áreas de estudo.
- Referências e citações: utilizando as relações intertextuais, apresenta-se o discurso produzido por outras pessoas que corroboram o ponto de vista defendido pelo autor. Aqui, incluem-se os argumentos de autoridade, os depoimentos e menções a personagens e obras da literatura em geral.
- Contra-argumentação: o autor visa apresentar argumentos contrários ao ponto de vista defendido, a fim de refutá-los e mostrar que estes não são válidos ou têm validade limitada.
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Argumento de autoridade
Argumento por evidência
Argumento por comparação
Argumento por exemplificação
Argumento de princípio
Argumento por causa e consequência
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Quantos tipos de argumentos devo utilizar na redação?
A indicação da professora de redação é que o estudante utilize, no mínimo, dois tipos de argumentos diferentes, sendo que o ideal é apostar três estilos.
"Mas é possível extrapolar esse número, desde que a argumentação seja coerente com a tese inicial. Quando se pensa em uma redação de vestibular, por exemplo, o ideal é que sejam desenvolvidos até três argumentos, pois há um limite pré-determinado de linhas", recomenda.
7 estratégias argumentativas para a sua redação
Mais importante do que ter argumentos pertinentes para defender o seu ponto de vista, é saber desenvolvê-los corretamente. "Isso se faz através de estratégias argumentativas que o autor se vale para desenvolver cada um deles. A estratégia adequada é aquela que melhor sustenta o ponto de vista defendido", explica Fabiana.
Veja abaixo as 7 estratégias apontadas pela professora de redação:
- Enumeração: apresentação sucessiva de várias informações ou elementos necessários à compreensão do texto ou ao argumento desenvolvido.
- Exemplificação: consiste na apresentação de exemplos, retirados da própria realidade ou que advindos de diferentes áreas do conhecimento.
- Definição: visa definir o assunto do texto ou conceitos que sejam essenciais a sua compreensão.
- Argumento de autoridade: baseia-se na reprodução de ideias ou informações apreendidas a partir de estudo de textos de outros autores.
- Relação de causa e consequência: funciona como justificativa para afirmações feitas ao longo do texto, evidenciando as relações existentes entre um fenômeno e fatos/teorias.
- Comparação: consiste na relação de aproximação entre fenômenos, fatos ou ideais, buscando estabelecer entre eles uma relação de semelhança ou de distinção.
- Pergunta retórica: questionamento dirigido ao leitor, a fim de direcionar a argumentação à resposta pretendida pelo autor.
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Qual é o maior erro cometido no desenvolvimento de um argumento?
A argumentação é uma parte muito importante da redação, afinal, será a partir dela que a banca corretora poderá avaliar quais foram os fatores que levaram à construção da tese defendida na redação. Porém, uma das falhas comuns e que resultam na perda de pontos preciosos é confundir o tema e o recorte temático.
"Essa confusão provoca o tangenciamento da discussão e atrapalha na formulação dos argumentos, uma vez que não se apresenta justificativas acerca de uma problemática, apenas explica-se sobre um assunto, na grande maioria das vezes, tornando o parágrafo expositivo", reforça a coordenadora da área de Linguagens do Colégio Oficina do Estudante.
Para evitar esse erro comum, Fabiana destaca que é fundamental que o estudante faça uma leitura atenciosa à proposta de redação e atente-se ao recorte solicitado antes de planejar a sua argumentação.
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Consultoria: Fabiana Gomes de Camargo, professora de redação e coordenadora da área de linguagens do Colégio Oficina do Estudante