Atualizado em 30/09/2022
Já ouviu aquela conhecida expressão: “Quando eu cheguei aqui era tudo mato”? Essa frase simboliza bem a intervenção do homem na natureza. Na sua cidade, é provável que você lembre de uma paisagem natural e repleta de árvores que deu lugar a um amontoado de prédios.
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Como esse, existem vários outros exemplos do impacto do homem no meio ambiente. São ações que vão de um simples lixo jogado na rua a tragédias ambientais irreversíveis, como as queimadas na Amazônia e no Pantanal e o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho.
Mas, o planeta Terra não tem recursos infinitos e, uma hora, a conta chega. Toda essa exploração massiva dos recursos naturais já traz consequências que comprometem a sobrevivência das gerações futuras.
Preocupados com os impactos negativos da intervenção humana no planeta, líderes de várias nações começaram a organizar as chamadas conferências ambientais para discutir e criar projetos para o desenvolvimento sustentável dos países.
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O que é desenvolvimento sustentável?
Afinal, você sabe o que é desenvolvimento sustentável? O termo já é conhecido, mas seu significado nem tanto. Essas palavras foram usadas pela primeira vez em 1987, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que tinha como objetivo discutir e propor formas de unir o desenvolvimento econômico à conservação ambiental.
O relatório “Our Commom Future” (em português, “Nosso Futuro Comum”), escrito pela então presidente da comissão, a ex-primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, define:
“O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”.
Entretanto, para além da preservação ambiental, o desenvolvimento sustentável também engloba a preocupação com a pobreza e a fome, que afetam diretamente a qualidade de vida da população.
No relatório, Brundtland aponta que a pobreza é a principal causa e efeito dos problemas ambientais globais e que, portanto, seria superficial tentar lidar com os problemas ambientais sem considerar os fatores relacionados à pobreza mundial e à desigualdade internacional.
“O desenvolvimento sustentável requer atender às necessidades básicas de todos e estender a todos a oportunidade de realizar suas aspirações por uma vida melhor. Um mundo onde a pobreza é endêmica sempre estará sujeito a catástrofes ecológicas e outras”, alerta o relatório.
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Quais são três pilares do desenvolvimento sustentável?
O desenvolvimento sustentável se apoia em três pilares ou dimensões: o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento ambiental e o desenvolvimento social. Entenda melhor cada um deles:
Desenvolvimento econômico sustentável: deve considerar as questões ambientais e sociais na produção, distribuição e consumo de bens e serviços, garantindo uma gestão eficiente de recursos naturais e uma competitividade justa com o mercado, sem lucrar às custas de exploração ambiental e de trabalho.
Desenvolvimento ambiental sustentável: se refere ao equilíbrio, manutenção e conservação dos ecossistemas por meio da diminuição da exploração, uso de fontes de energias renováveis, melhorias no saneamento básico, entre outros.
Desenvolvimento social sustentável: objetiva o desenvolvimento humano e a equidade social por meio de ações que garantam melhoria da qualidade de vida, satisfação das necessidades humanas e igualdade de acesso a bens e serviços básicos.
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Qual a diferença entre desenvolvimento sustentável e sustentabilidade?
Outro termo bem conhecido é o de sustentabilidade, apresentado pela primeira vez em 1972, durante a primeira conferência ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU), a Conferência de Estocolmo.
Apesar de estarem relacionados, desenvolvimento sustentável não é sinônimo de sustentabilidade. “O desenvolvimento sustentável é o caminho que leva à sustentabilidade”, explica André Bourg - mais conhecido como Tiê -, professor de biologia do Curso Oficina do Estudante.
Enquanto o desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental e à erradicação da pobreza, a sustentabilidade se trata das ideias, ações e estratégicas ecologicamente corretas, que garantam a preservação do meio ambiente para as gerações futuras.
Para que sejam, de fato, sustentáveis, essas ideias e ações não podem ser apenas na área ambiental, elas também precisam considerar as dimensões econômica e social. “A sustentabilidade tem que ser culturalmente diversa, ou seja, é necessário considerar a cultura das pessoas envolvidas, dos lugares; ser economicamente viável; ser socialmente justa; e, ainda requer a participação de outros agentes, como educação”, detalha André.
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17 objetivos para o desenvolvimento sustentável
Desde a primeira conferência mundial sobre meio ambiente, os países membros da ONU se comprometeram a seguir medidas visando a preservação da natureza e a solução de inúmeros problemas ambientais.
Um dos compromissos mais recentes é a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, criada em 2015 durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Nesse encontro, os países da ONU - incluindo o Brasil - assumiram 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
Erradicação da pobreza;
Fome zero e agricultura sustentável;
Saúde e Bem-Estar;
Educação de qualidade;
Igualdade de gênero;
Água potável e saneamento;
Energia limpa e acessível;
Trabalho decente e crescimento econômico;
Indústria, inovação e infraestrutura;
Redução das desigualdades;
Cidades e comunidades sustentáveis;
Consumo e produção responsáveis;
Ação contra a mudança global do clima;
Vida na água;
Vida terrestre;
Paz, justiça e instituições eficazes;
Parcerias e meios de implementação.
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O que falar sobre sustentabilidade em uma redação?
Para a professora Fabiana Gomes de Camargo, coordenadora da área de linguagens e professora de redação do Colégio Oficina do Estudante, é pouco provável que o tema desenvolvimento sustentável caia na redação do Enem deste ano, por conta das polêmicas do atual governo envolvendo a questão ambiental. “Dificilmente o Governo Federal jogaria esse tema na roda de discussão dos jovens”, enfatiza.
Mas, caso seja abordado, a professora acredita que o recorte temático possa ser na maximização dos lucros às custas da destruição do meio ambiente ou o desenvolvimento sustentável e inteligente como forma de assegurar o crescimento econômico.
Nesse caso, a dica da professora Fabiana é abordar o tripé da sustentabilidade ou a exploração desordenada de recursos, como o desmatamento da Amazônia, que chegou a mais de 10 mil km² de agosto de 2021 a julho de 2022, o maior número em 15 anos.
Além disso, na proposta de intervenção, além do fator de conscientização ambiental, é possível falar sobre as ações sustentáveis que podem ser realizadas para alcançar na sustentabilidade do país. Existem muitas ações sustentáveis que podem ser implementadas, confira algumas abaixo:
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Ações sustentáveis
Na prática, para se alcançar a tão sonhada sustentabilidade, o compromisso não pode ser somente dos governos. É preciso que todos os setores da sociedade também se conscientizem, se mobilizem e cobrem ações mais sustentáveis por parte do setor público e privado.
Veja alguns exemplos de ações sustentáveis:
Diminuição do desmatamento;
Reflorestamento de áreas desmatadas;
Preservação das áreas de proteção ambiental;
Diminuição da emissão de poluentes no ar;
Diminuição da incidências de queimadas;
Uso de fontes de energia renováveis;
Adoção de políticas de reciclagem e reaproveitamento do lixo;
Fiscalização de atos de degradação ao meio ambiente;
Campanhas de conscientização;
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Consumo consciente.
Fontes de energias renováveis e não renováveis
Um dos desafios do desenvolvimento sustentável é a mudança da base energética do mundo. Atualmente, a maior parte das fontes de energia são não renováveis. O objetivo é explorar cada vez mais as fontes renováveis.
As fontes de energia não renováveis são aquelas encontradas em quantidades limitadas na natureza e cuja exploração pode levar ao esgotamento, pois demoram milhares de anos para se formar. Algumas das fontes não renováveis mais utilizadas são os combustíveis de origem fóssil, como carvão, petróleo e gás natural - que também poluem o meio ambiente.
Já as fontes de energia renováveis são aquelas consideradas inesgotáveis, pois utilizam a força da natureza. Além de serem limpas, isto é, não poluentes. É o caso das energias hídrica, eólica, solar, geotérmica, oceânica e biomassa.
Desenvolvimento sustentável no Brasil
O Brasil participa das discussões mundiais sobre meio ambiente desde a primeira conferência internacional sobre o tema, em 1972. Inclusive, o país já sediou dois desses encontros: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92), em 1992, e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012.
No Brasil, a Constituição de 1988 foi a primeira a estabelecer direitos e deveres relacionados ao meio ambiente, num capítulo dedicado exclusivamente ao tema. No ano seguinte, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Em 1992, durante a conferência Rio-92, o Brasil assinou a Agenda 21, uma série de metas e programas voltados para o desenvolvimento sustentável que incluem diversas áreas, como proteção da atmosfera, prevenção da poluição da água e do ar, combate ao desmatamento, diminuição da pobreza, mudança no padrão de consumo, entre outras.
Apesar do comprometimento com os acordos internacionais, o Brasil alcançou poucos objetivos da Agenda 21 e ainda nenhum da Agenda 2030. “As mais comuns que foram cumpridas, referem-se ao aumento da distribuição de água tratada e à melhora do esgoto. Mesmo assim, está bem aquém do ideal. As ligadas diretamente a ambientes naturais, como liberação de gases do efeito estufa ou redução do desmatamento não foram atingidas”, pontua André.
Como o desenvolvimento sustentável pode cair no Enem?
De acordo com o professor André, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cobra vários temas relacionados ao desenvolvimento sustentável. Os temas mais comuns nos últimos anos foram esgoto, com questões sobre seu tratamento, descarte irregular e poluição das águas, e lixo, abordado sobre seu destino, reciclagem e diminuição de produção.
O professor também destaca outros assuntos atuais que podem ser cobrados: a redução do plástico, o crescimento das fontes de energia renováveis, o problema do petróleo, o desmatamento e as queimadas.
Para ir bem na prova, André recomenda estar por dentro dos acontecimentos relacionados ao meio ambiente dos últimos dois anos. “Por exemplo, o que melhorou ou piorou com o fechamento das cidades [na pandemia]. Vimos que a emissão de gases de aquecimento global tiveram grande redução com a população passando mais tempo em casa. Mas, ao mesmo tempo, houve aumento na produção de lixo”, exemplifica.
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