Em novembro, pela primeira vez, a reunião da cúpula dos líderes do G20 ocorreu em formato virtual, devido à pandemia de Covid-19 - tema que foi o foco do encontro deste ano. Mas, você sabe o que é o G20 e qual a importância dele para o mundo?
O G20 ou G-20, que significa “Grupo dos 20”, é um fórum de cooperação econômica e financeira global que reúne as 19 melhores economias globais mais a União Europeia. De acordo com o site oficial do G20, esses países respondem por mais de 80% do PIB mundial, 75% do comércio global e 60% da população do planeta.
Os membros do G20 são: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Japão, Índia, Indonésia, Itália, México, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos, e a União Europeia.
Por que o G20 foi criado e qual seu objetivo?
O G20, também chamado de G20 Financeiro, foi criado em 1999 com o intuito de buscar uma economia global mais sólida e estável após as crises financeiras da década de 1990.
Para isso, reuniu as oito maiores economias mundiais - o Grupo dos 8 ou G8 (o atual G7, após a saída da Rússia) - e outros 11 países de economias emergentes, além da União Europeia.
Segundo o professor de Geografia e pedagogo, Marcelo da Silva, do canal Geografia Irada, o objetivo do G20 é promover o fortalecimento da economia global, por meio de projetos e acordos entre as nações.
Para evitar novas crises mundiais e modernizar a economia, as metas do G20 buscam consolidar as ideias neoliberais, facilitando o comércio internacional, garantindo o livre mercado, flexibilizando as condições de mercado de trabalho e as privatizações.
Hoje, o objetivo do G20 se expandiu para além das questões econômicas e financeiras. Eles também discutem sobre temas socioeconômicos e ambientais, como crescimento sustentável, desigualdade econômica e social, combate ao desemprego e à pobreza, envelhecimento populacional, fontes de energia, entre outros.
Em 2003, por iniciativa do Brasil, foi criado o G20 Comercial ou G20+. Atualmente composto por 23 países, o objetivo do G20 Comercial é reunir nações em desenvolvimento para discutir especificamente questões relacionadas à política agrícola.
Como funciona o G20?
Desde a criação do G20, seus líderes se encontram todos os anos em dois tipos de reunião: a reunião de cúpula, que reúne os chefes de estado, e a reunião ministerial, que é composta por ministros da economia e os presidentes do Banco Central de cada país.
Para ser mais democrático, a presidência e o secretariado do G20 mudam anualmente, assim como sua agenda e atividades. O fórum segue um sistema político criado na Roma Antiga denominado troika, no qual são representados o atual país na presidência, seu antecessor e seu sucessor.
Atualmente, os países que compõem a troika são a Arábia Saudita, que organizou a primeira reunião virtual do G20 neste ano, o Japão, que presidiu em 2019, e a Itália, que assumirá a presidência em 2021. O Brasil já foi presidente do grupo em 2008 e será novamente em 2024, quando sediará o encontro da cúpula do G20.
Críticas e desafios do G20
Ainda hoje, o G20 é alvo de diversas críticas. A principal delas é a pouca influência das ações do G20 no mercado financeiro mundial. Muitos especialistas acreditam que os efeitos das medidas tomadas pelo G20 são pequenos e de curto prazo e que as reuniões apenas cumprem protocolos.
O G20 também é alvo de diversas críticas de movimentos antiglobalistas e ativistas ambientais, que consideram os países do grupo responsáveis por guerras, pobreza, fome e crises climáticas no mundo. É comum acontecerem manifestações contrárias a cada encontro do G20.
Outro desafio do G20 é integrar seus países-membros sem ferir a soberania nacional de cada país. Principalmente agora, com a tendência nacionalista, marcadas pela saída do Reino Unido do Brexit e o protecionismo dos Estados Unidos comandado por Donald Trump, por exemplo.
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Além disso, muito se questiona sobre os motivos do G7 ainda existir, já que o G20 representa as maiores economias do mundo. Mas, a ampliação da importância do G20 ainda enfrenta resistência de algumas nações desenvolvidas que não concordam com a influência dos países em desenvolvimento no cenário mundial.
Como pode cair no Enem?
Os grupos econômicos, como o G20, o G7 e o BRICS já foram tema de questões no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e podem aparecer novamente. “É um tema sempre pertinente, ainda mais na situação atual de crises econômicas”, enfatiza Marcelo.
O professor destaca o tema sustentabilidade como uma das pautas mais importantes do G20 e que, portanto, pode ser cobrada na prova. Para se garantir no assunto, Marcelo indica que os candidatos fiquem por dentro dos conceitos mais gerais do G20 e saiba relacioná-lo a outros fóruns econômicos, como o G4 e o G7.
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