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Curiosidades

Conheça 13 livros para quem gostou de Memórias Póstumas de Brás Cubas

por Juliana Gottardi em 21/05/24

'Memórias Póstumas de Brás Cubas’, escrito por Machado de Assis, é um livro aclamado no Brasil, tanto que, com frequência, ele é cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em outros vestibulares. A obra é considerada um clássico quase ‘obrigatório’ da literatura nacional.

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Mas agora a fama do título ultrapassou as fronteiras do país. Na última semana, o livro ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ se tornou um dos principais assuntos nas redes sociais. 

Capa do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas

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Tudo começou quando a influenciadora norte-americana Courtney Henning Novak, que produz conteúdos sobre literatura, postou um vídeo no TikTok elogiando a obra brasileira.

Courtney gostou tanto de ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ que declarou “acho que é meu novo livro favorito”. Ela também manifestou vontade de aprender o idioma português para reler a obra original.

Vale destacar que a influenciadora chegou até o título brasileiro por meio de seu próprio projeto, o ‘Read Around the World’ (Leitura pelo Mundo, em tradução livre). A iniciativa consiste em escolher países com cada letra do alfabeto e selecionar um livro daquela nacionalidade para ler. Na letra ‘B’, o Brasil foi o escolhido.

A repercussão do vídeo da influenciadora atingiu o setor editorial: nesta terça-feira (21), a versão em inglês de  'Memórias Póstumas de Brás Cubas' alcançou o posto de mais vendido na categoria de ‘literatura latino-americana e caribenha’ da Amazon dos Estados Unidos.

Esse feito fez com que a obra de Machado de Assis se tornasse um best-seller da plataforma. Entre os livros que ficaram abaixo de ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ no ranking de mais vendidos estão clássicos como ‘Amor nos Tempos do Cólera’, de Gabriel García Marquez, e a coletânea ‘Ficções’, de Jorge Luis Borges.

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Qual a história de Memórias Póstumas de Brás Cubas?

'Memórias Póstumas de Brás Cubas' é uma obra literária escrita por Machado de Assis, publicada inicialmente em folhetins em 1880 e em forma de livro em 1881. Este romance é considerado um dos marcos do realismo na literatura brasileira.

A narrativa é feita por Brás Cubas, que conta sua história diretamente do além-túmulo, oferecendo uma perspectiva cínica e muitas vezes irônica da sociedade brasileira do século XIX. Ele narra sua vida desde a infância até sua morte, incluindo suas aventuras amorosas, frustrações profissionais e reflexões filosóficas.

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13 livros para quem gostou de Memórias Póstumas de Brás Cubas

Se você, assim como a influenciadora Courtney, terminou de ler ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ e está impactado com a obra, a lista de livros a seguir é para você.

Os critérios utilizados para a seleção de títulos abaixo foram: livros nacionais, considerados clássicos e que marcaram a literatura de alguma forma. Confira:

1. Dom Casmurro - Machado de Assis

Capa do livro Dom Casmurro

‘Dom Casmurro’ é outro romance icônico de Machado de Assis, publicado pela primeira vez em 1899. Este livro é frequentemente considerado uma das maiores obras da literatura brasileira e é notável pelo seu estilo de narrativa introspectiva.

O romance é narrado por Bento Santiago, o personagem titular que é frequentemente chamado de Dom Casmurro pelos outros. A história gira em torno de sua vida, desde a juventude até a velhice, concentrando-se principalmente em seu relacionamento com Capitu, sua vizinha e futura esposa.

Um dos temas centrais do livro é o ciúme obsessivo de Bentinho por Capitu, que ele suspeita ter-lhe sido infiel com seu melhor amigo, Escobar. O texto nunca confirma explicitamente se a traição ocorreu, deixando a questão da infidelidade de Capitu ambígua e aberta a interpretações. 

Essa ambiguidade é uma das razões pela qual 'Dom Casmurro' continua sendo objeto de intensos debates e análises.

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2. Quarto de Despejo - Maria Carolina de Jesus

Capa do livro Diário de Uma Favelada

‘Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada’ é uma obra escrita por Carolina Maria de Jesus, publicada pela primeira vez em 1960. Carolina foi uma catadora de papel e escritora que viveu na favela do Canindé, em São Paulo. Seu diário detalha o cotidiano difícil e a luta constante pela sobrevivência em um ambiente de extrema pobreza.

O livro é uma coleção de anotações que Carolina fez ao longo de vários anos. Ela descreve suas experiências cotidianas, preocupações com a alimentação de seus filhos, a violência na favela, suas observações sobre a política e a sociedade, e seus sonhos de se tornar uma escritora reconhecida. 

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3. O Cortiço - Aluísio de Azevedo

Capa do livro O cortiço

‘O Cortiço’ é um dos romances mais famosos do escritor brasileiro Aluísio Azevedo, publicado pela primeira vez em 1890. Este livro pertence ao naturalismo brasileiro, movimento literário que buscava retratar a realidade social de forma científica.

A narrativa se concentra na vida dos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro. O cortiço, que dá nome ao livro, é um grande conjunto habitacional de baixa renda, onde diversas famílias vivem juntas em condições precárias. 

O proprietário do cortiço, João Romão, é um imigrante português ambicioso e sem escrúpulos que enriquece à custa do suor de seus inquilinos. 

O livro explora as interações complexas entre os moradores do cortiço, que incluem trabalhadores, pequenos comerciantes, lavadeiras e outros personagens que representam a diversidade da sociedade carioca da época. 

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4. Angústia - Graciliano Ramos

Capa do livro Angústia

‘Angústia’ é um romance escrito por Graciliano Ramos, publicado em 1936. A história é narrada em primeira pessoa por Luís da Silva, um funcionário público de classe média baixa que vive em uma cidade do Nordeste do Brasil. 

Luís sofre de uma crise existencial e emocional, agravada por seu relacionamento tumultuado com Marina, uma mulher que ele ama mas que está envolvida com outro homem, Julião Tavares, um tipo arrogante e socialmente bem-sucedido.

O romance explora os temas da alienação, da solidão e do desespero. Graciliano Ramos mergulha na mente de Luís da Silva, detalhando seus pensamentos obsessivos e sua crescente angústia.

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5. Olhos d’água - Conceição Evaristo

Capa do livro Olhos D'água

‘Olhos d'Água’ é uma coletânea de contos escrita por Conceição Evaristo, uma das vozes mais expressivas da literatura brasileira contemporânea. Publicado pela primeira vez em 2014, o livro reúne textos que exploram as experiências de afrodescendentes no Brasil, focando especialmente nas vivências de mulheres negras.

Cada conto em ‘Olhos d'Água’ aborda temas como pobreza, racismo, violência, resistência e a busca por dignidade. Conceição Evaristo utiliza uma prosa poética para dar voz às histórias muitas vezes marginalizadas na sociedade brasileira. 


6. Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa

Capa do livro Grande Sertão Veredas

‘Grande Sertão: Veredas’ é uma obra escrita por João Guimarães Rosa e publicada em 1956. O livro narra a história de Riobaldo, um ex-jagunço que relata sua vida e aventuras pelo sertão brasileiro, um espaço tanto geográfico quanto simbólico.

O romance é apresentado em forma de um monólogo de Riobaldo dirigido a um interlocutor invisível. ‘Grande Sertão: Veredas’ é também famoso por seu uso da língua portuguesa. Guimarães Rosa criou uma linguagem única para o romance, misturando arcaísmos, neologismos e regionalismos. 

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7. Iracema - José de Alencar

Capa do livro Iracema

‘Iracema’ é um romance de José de Alencar, publicado em 1865. A narrativa é uma ficção histórica que visa construir uma origem mítica para o Brasil, entrelaçando elementos da história e da cultura indígena com a chegada dos europeus.

O enredo gira em torno da paixão proibida entre Iracema, a "virgem dos lábios de mel", que é uma índia da tribo dos Tabajaras, e Martim, um colonizador português. Iracema é descrita como a guardiã da "jandaia", uma ave sagrada de seu povo, e possui grande beleza e pureza, sendo uma figura idealizada do romantismo.

Iracema e Martim têm um filho, Moacir, que simboliza a fusão das raças e o nascimento do povo brasileiro. No entanto, a relação entre eles traz consequências devastadoras para Iracema e para seu povo.

8. A Hora da Estrela - Clarice Lispector

Capa do livro A hora da estrela

‘A Hora da Estrela’ é uma obra da escritora brasileira Clarice Lispector, publicada pouco antes de sua morte, em 1977.

O romance conta a história de Macabéa, uma jovem ingênua e desprovida de beleza, que migra do Nordeste para o Rio de Janeiro, onde vive em condições precárias e trabalha como datilógrafa. Macabéa é uma personagem quase invisível na sociedade, desprovida de qualquer sorte ou felicidade.

A narrativa é conduzida por Rodrigo S.M., o narrador-escritor que constantemente interrompe a história para refletir sobre seu próprio processo de criação e as dificuldades de narrar a vida de alguém como Macabéa. 

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9. A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade

Capa do livro A rosa do povo

‘A Rosa do Povo’ é uma coletânea de poemas escrita por Carlos Drummond de Andrade, publicada em 1945.

Os poemas de ‘A Rosa do Povo’ abordam uma ampla gama de temas, incluindo a luta contra o fascismo, a solidariedade para com os oprimidos, a busca por justiça social e a crítica à desigualdade.

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10. A Falência - Júlia Lopes de Almeida

Capa do livro A falência

‘A Falência’ é um romance de Júlia Lopes de Almeida, escritora brasileira, publicado inicialmente em folhetins em 1901 e depois como livro em 1902.

A narrativa segue a história de Francisco Teodoro, um comerciante de café que vive uma vida de luxo e ostentação com sua esposa, Guida. No entanto, a aparente estabilidade financeira e social de Teodoro é abalada quando ele enfrenta uma crise econômica que leva ao colapso de seu negócio e, consequentemente, à sua falência.

O romance explora o impacto dessa falência não apenas sobre a vida de Teodoro, mas também nas pessoas ao seu redor, incluindo sua esposa, amantes, amigos e adversários. 

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11. Clara dos Anjos - Lima Barreto

Capa do livro Clara dos Anjos

‘Clara dos Anjos’ é um romance de Lima Barreto, escrito por volta de 1922 mas publicado postumamente em 1948. 

A história gira em torno de Clara dos Anjos, uma jovem mulata que vive em um subúrbio do Rio de Janeiro. Clara é descrita como ingênua e sonhadora, e a trama se desenvolve em torno de seu envolvimento com Cassi Jones, um jovem branco e malandro, conhecido por seduzir e abandonar mulheres. A narrativa explora as consequências desse relacionamento para Clara.

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12. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter -  Mário de Andrade

Capa do livro Macunaíma

‘Macunaíma’ é uma das obras mais emblemáticas de Mário de Andrade. Publicada em 1928, a narrativa segue a jornada do protagonista, Macunaíma, um "herói sem nenhum caráter", desde suas origens na floresta amazônica até sua aventura pela cidade de São Paulo e posterior retorno à floresta.

Macunaíma é caracterizado por sua preguiça, astúcia e falta de princípios morais. Após a morte de Ci, a Mãe do Mato, Macunaíma busca recuperar um amuleto roubado pelo gigante Piaimã, levando-o a várias aventuras em São Paulo e no Brasil.

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13. Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto

Capa do livro Morte e Vida Severina

‘Morte e Vida Severina’ é um auto de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1955. O poema dramático narra a jornada de Severino, um retirante que viaja do sertão para a costa do Nordeste do Brasil, buscando uma vida melhor. 

Ao longo de sua jornada, Severino encontra várias formas de morte que afligem os pobres do sertão, até que uma experiência de vida numa noite de Natal lhe oferece uma nova perspectiva. 

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