logo
Lista de faculdades Lista de cursos Lista de profissões Revista Quero Central de ajuda

banner image banner image
Vestibular e Enem

Enem 2022: veja redações nota mil

por Juliana Gottardi em 10/04/23 11 mil visualizações

Nesta segunda-feira (10), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o espelho de redação dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022.

O espelho de redação é o documento que detalha a avaliação feita por cada um dos corretores, incluindo a nota atribuída em cada uma das cinco competências do Enem. Com base nesses dados, o estudante pode compreender quais foram os pontos fortes e fracos da sua redação e buscar aprimorar sua escrita.

Além disso, o espelho de redação do Enem pode ser utilizado como um guia de estudos para candidatos que pretendem prestar outros vestibulares ou concursos que exijam habilidades de escrita, já que fornece uma referência clara e detalhada dos critérios utilizados na avaliação da redação.

Pensando nisso, a Revista Quero trouxe algumas redações do Enem 2022 que alcançaram a tão sonhada nota 1000. Veja a seguir!

Baixe já: Plano de estudo gratuito para o Enem
+ Encontre bolsas de estudo de até 80%

redação nota 1000 no enem

Leia mais: 6 atores sociais para usar em qualquer proposta de intervenção na redação do Enem
Quanto vale a redação do Enem? Descubra

Confira redações nota 1000 no Enem 2022

O Enem 2022 teve como tema de redação os "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil". Confira alguns exemplos de redação que atingiram a nota máxima:

Juliana Moreau de Almeida Soares, 17 anos

Declarado patrimônio imaterial brasileiro, o ofício das quebradeiras de coco é exemplo da preservação de conhecimentos populares que marcam a cultura, a economia e as relações interpessoais dos povos envolvidos. Similarmente, muitos outros grupos tradicionais possuem saberes de extrema importância e, no entanto, não recebem o respeito merecido, o que cria uma vigente necessidade de promover a valorização dessas comunidades. Nesse contexto, é válido analisar como a negligência estatal e a existência de uma visão capitalizada da natureza representam desafios para a resolução de tal problemática. 
Diante desse cenário, nota-se a inoperância governamental como fato agravante do descaso em relação às culturas tradicionais. Para a pensadora contemporânea, Djamila Ribeiro, é preciso tirar as situações da invisibilidade para que soluções sejam encontradas, perspectiva que demonstra a falha cometida pelo Estado, uma vez que existe uma forte carência de conscientização popular sobre o assunto- causada pelo baixo estímulo governamental a essas discussões, tanto nas salas de aula quanto no âmbito político. Nesse sentido, fica evidente que, por não dar notoriedade à Iuta desses povos, o governo permite o esquecimento e a minimização de seus costumes, o que gera não somente a massiva perda cultural de um legado cultivado por gerações, mas também o prejuízo da desestruturação econômica de locais baseados nessas técnicos. 
Ademais, percebe-se a influência de uma ideologia que mercantiliza o ambiente na manutenção de tal entrave. "Para a ganância, toda natureza é insuficiente" - a frase do filósofo Sêneca, critica uma concepção recorrente na atual conjuntura brasileira, segundo a qual o meio ambiente é visto como um objeto para o lucro humano. Logicamente, tal visão mercadológica se choca com o modo de vida experienciado pelos povos tradicionais, que vivenciam um relacionamento respeitoso e recíproco com o ecossistema, fazendo uso de seus recursos sem fins exploratórios. Por conseguinte, as comunidades que vivem dessa intimidade com a natureza são altamente reprimidas pelas classes que se beneficiam do uso capitalizado e desigual do meio natural, como grandes empresas pecuaristas, que lucram da concentração de terras e do monopólio comercial, o que exclui - ainda mais - a população originária e resulta no declínio de sua cultura.
Portanto, cabe ao estado - em sua função de promotor do bem-estar social - estabelecer uma ampla fiscalização do uso comercial do meio ambiente em áreas com maior volume de povos tradicionais, mediante a criação de mais delegacias especializadas no setor ambiental, a fim de garantir a preservação do estilo de vida desses indivíduos. Outrossim, é dever do Governo Federal organizar uma campanha de valorização de tais grupos, por meio da divulgação de informativos um redes sociais e da realização de palestras em escolas, de modo a enfatizar a contribuição socioambiental desses cidadãos, para, assim, conscientizar a população e possibilitar a exaltação das culturas tradicionais brasileiras.

Giovanna Fagundes da Silva, 20 anos

De acordo com os pensadores estoicos, o ser humano deveria viver em harmonia com a natureza, buscando um bem geral. Contundo, observa-se, no Brasil, a desvalorização de pessoas que seguem tal proposta de respeito ao meio natural, como as comunidades e povos tradicionais. Essa realidade é fruto de um etnocentrismo histórico, além de refletir a lógica de perseguição por lucro do sistema capitalista. Sendo assim, faz-se necessário analisar os desafios desse cenário, a fim de garantir a igualdade a todos os brasileiros.
Nesse sentido, cabe ressaltar as raízes históricas da desvalorização dos povos tradicionais, como os indígenas. Isso pode ser verificado no etnocentrismo vigente no país desde a sua colonização, haja vista o desprezo dos europeus pela população local, interpretando-a como "selvagem". A partir de então, os indígenas sofreram violência simbólica - termo apresentado pelo sociólogo Pierre Bourdieu- pois, mesmo sem coerção física, estavam sujeitos a diversas formas de manipulação, como a cultural. Prova disso foi a atuação dos jesuítas no processo de cristianização desses indivíduos ao negar suas crenças e impor a fé católica. Logo, a hierarquização dos povos é antiga no Brasil, fato que desencadeou a desvalorização atual de certas comunidades. 
Além disso, o país está inserido em um sistema capitalista de produção, o qual visa, primordialmente, ao lucro. Segundo o conceito de reificação, proposto pelo sociólogo Karl Marx, o valor do indivíduo está em sua contribuição para o capitalismo. Sob essa óptica, tendo em vista que eles buscam apenas a subsistência, os povos tradicionais são desvalorizados pela sociedade, porque não colaboram, diretamente, com a geração de riqueza. Desse modo, são apagados do corpo social e precisam reafirmar os seus direitos, devido à violação de suas necessidades, como a natureza - produto de exploração da esfera econômica.
Portanto, urge que a mídia televisiva, responsável pela difusão de informações e entretenimento, por meio de documentários e novelas, retrate o cotidiano de comunidades e povos tradicionais no Brasil, apresentando sua cultura de forma positiva, com o intuito de legitimar os diferentes modos de vida a romper com o etnocentrismo histórico. Ademais, cabe à escola, instituição de transformação de valores, apresentar a natureza de uma maneira desvinculada do capitalismo e ressaltar sua importância a todos. Assim, espera-se um país que siga a proposta de estoicismo e valorize os povos tradicionais.

Veja também: 5 passos para garantir mais de 800 na redação do Enem
Redação Enem: conheça 3 filósofos para citar no texto

Baixar plano de estudo gratuito

Maria Fernanda Simionato de Lemes, 21 anos

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais que promovam melhorias nesse cenário. Sob esse viés, é válido destacar a fundamentalidade dos povos tradicionais como detentores de uma pluralidade histórica e cultural, que proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na sociedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) afirma as heranças tradicionais desses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se que a contribuição desses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade. Entretanto, a falta de representantes políticos eleitos para essa classe ocasiona a desvalorização das suas necessidades sociais, que não são atendidas pelos demais legisladores. Nesse contexto, a Constituição Federal assegura direitos inalienáveis a todos os cidadãos brasileiros, abordando o dever de inclusão dos povos tradicionais nas decisões públicas. Desse modo, compreende-se que a existência de obstáculos para o reconhecimento da importância de populações nativas se relaciona à ineficácia na incorporação de representantes que sejam, de fato, interessados na perpetuação de saberes e técnicas ancestrais propagados por esses grupos. Sendo assim, comprova-se a ocorrência de um grave problema no âmbito coletivo, o qual impede a garantia plena dos direitos básicos dessas pessoas. Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao Estado - cuja função principal é a proteção dos direitos de seus cidadãos - a implantação de mudanças no sistema eleitoral, por meio da criação de cotas rígidas para a eleição de políticos oriundos de localidades nativas. Tal reestruturação terá como finalidade a valorização de povos tradicionais, reconhecendo a sua fundamentalidade na composição histórica e cultural da sociedade brasileira.


Confira: 6 características de uma redação nota 1000 do Enem, segundo ex-corretora

Luís Felipe Alves Paiva de Brito, 25 anos

O poeta modernista Oswald de Andrade relata, em "Erro de Português", que, sob um dia de chuva, o índio foi vestido pelo português - uma denúncia à aculturação sofrida pelos povos indígenas com a chegada dos europeus ao território brasileiro. Paralelamente, no Brasil atual, há a manutenção de práticas prejudiciais não só aos silvícolas, mas também aos demais povos e comunidades tradicionais, como os pescadores. Com efeito, atuam como desafios para a valorização desses grupos a educação deficiente acerca do tema e a ausência do desenvolvimento sustentável. 
Diante desse cenário, existe a falta de promoção de um ensino eficiente sobre as populações tradicionais. Sob esse viés, as escolas, ao abordarem tais povos por meio de um ponto de vista histórico eurocêntrico, enraízam no imaginário estudantil a imagem de aborígenes cujas vivências são marcadas pela defasagem tecnológica. A exemplo disso, há o senso comum de que os indígenas são selvagens, alheios aos benefícios do mundo moderno, o que, consequentemente, gera um preconceito, manifestado em indagações como "o índio tem ‘smartphone’ e está lutando pela demarcação de terras?” - ideia essa que deslegitima a luta dos silvícolas. Entretanto, de acordo com a Teoria do Indigenato, defendida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o direito dos povos originais à terra é inato, sendo anterior, até, à criação de Estado brasileiro. Dessa forma, por não ensinarem tal visão, as colégios fomentam a desvalorização das comunidades tradicionais, mediante o desenvolvimento de um pensamento discriminatório nos alunos. 
Além disso, outro desafio para o reconhecimento desses indivíduos é a carência do progresso sustentável. Nesse contexto, as entidades mercadológicas que atuam nas áreas ocupadas pelas populações tradicionais não necessariamente se preocupam com a sua preservação, comportamento no qual se valoriza o lucro em detrimento da harmonia entre a natureza e as comunidades em questão. À luz disso, há o exemplo do que ocorre aos pescadores, cujos rios são contaminados devido ao garimpo ilegal, extremamente comum na Região Amazônica. Por conseguinte, o povo que sobrevive a partir dessa atividade é prejudicado pelo que a Biologia chama de magnificação trófica, quando metais pesados acumulam-se nos animais de uma cadeia alimentar - provocando a morte de peixes e a infecção de humanos por mercúrio. Assim, as indústrias que usam os recursos naturais de forma irresponsável não promovem o desenvolvimento sustentável e agem de maneira nociva às sociedades tradicionais.
Portanto, é essencial que o governo mitigue os desafios supracitados. Para isso, o Ministério da Educação - órgão responsável pelo estabelecimento da grade curricular das escolas - deve educar os alunos a respeito dos empecilhos à preservação dos indígenas, por meio da inserção da matéria "Estudos Indigenistas" no ensino básico, a fim de explicar o contexto dos silvícolas e desconstruir o preconceito. Ademais, o Ministério do Desenvolvimento - pasta instituidora da Política Nacional Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais - precisa fiscalizar as atividades econômicas danosas às sociedades vulneráveis, visando à valorização de tais pessoas, mediante canais de denúncias.
Veja também: Como problematizar na redação do Enem?
Redação do Enem: como ir bem em qualquer tema?

Como estudar para o Enem?

Se você quer se preparar para o próximo Enem, não perca tempo e baixe agora o Plano de Estudo Enem de Boa. Trata-se de um cronograma diário de estudo, que traz explicações, vídeo-aulas e exercícios com resolução. O melhor é que o material é 100% gratuito. 

Baixar plano de estudo gratuito

Fui mal no Enem, e agora?

Caso você não tenha ido tão bem quanto queria no Enem, calma! Você pode entrar na faculdade por meio da Quero Bolsa. Na plataforma existem bolsas de estudo de até 80%. confira:

Encontre bolsas de estudo

São mais de 1.000 instituições de ensino parceiras, como:

banner image banner image

Se por algum motivo você não utilizar a nossa bolsa de estudos, devolveremos o valor pago ao Quero Bolsa.

Você pode trocar por outro curso ou pedir reembolso em até 30 dias após pagar a pré-matrícula. Se você garantiu sua bolsa antes das matrículas começarem, o prazo é de 30 dias após o início das matrículas na faculdade.

Fique tranquilo: no Quero Bolsa, nós colocamos sua satisfação em primeiro lugar e vamos honrar nosso compromisso.

O Quero Bolsa foi eleito pela Revista Época como a melhor empresa brasileira para o consumidor na categoria Educação - Escolas e Cursos.

O reconhecimento do nosso trabalho através do prêmio Época ReclameAQUI é um reflexo do compromisso que temos em ajudar cada vez mais alunos a ingressar na faculdade.

Feito com pela Quero Educação

Quero Educação © 2011 - 2024 CNPJ: 10.542.212/0001-54