Você sabia que duas das dez profissões mais promissoras até 2030 são relacionadas ao meio ambiente? Os dados são da empresa de consultoria Michael Page.
No atual contexto, em que há uma maior preocupação com o meio ambiente, temas como sustentabilidade e preservação são cada vez mais debatidos e esses profissionais passam a ser mais procurados.
Não à toa, Engenharia Ambiental foi a terceira engenharia com maior saldo de contratações em 2018, ou seja, o número de contratações superou o de demissões, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O curso
Com duração média de cinco anos, o bacharelado em Engenharia Ambiental aborda conteúdos relacionados a Ciências Exatas e Biológicas.
Danilo Leme (34), engenheiro ambiental formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) que atualmente trabalha na Concessionária Tamoios, conta que logo que entrou na graduação de Engenharia Ambiental, a maior parte dos seus colegas de classe optaram pelo curso pela afinidade com as duas áreas do conhecimento: exatas e biológicas.
No entanto, ele explica que a realidade do mercado de trabalho não é bem assim. "O engenheiro ambiental entra com esse lado de biológicas mais aguçado, de proteger a natureza, proteger a fauna, proteger a flora. Mas na maior parte dos cargos disponíveis no mercado não é o engenheiro ambiental que vai desempenhar essas atividades", explica.
Como toda graduação de engenharia, os dois primeiros anos são voltados para disciplinas básicas como física, química, cálculos, estatísticas e topografia. A partir do terceiro ano, matérias como recursos hídricos, avaliação de impactos ambientais e ecologia passam a integrar a grade curricular.
O estágio e a entrega do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) são obrigatórios para a conclusão do curso.
"O curso de engenharia ambiental ensina pouco sobre muita coisa - eu sei o que o biólogo, o engenheiro agrônomo, florestal e o químico fazem, mas não sei de forma aprofundada. Por isso é necessário fazer uma especialização e dar continuidade nos estudos, pois várias empresas enxugam muito o cargo de ambiental", conta Danilo.
Mercado de trabalho
Para exercer a função de engenheiro ambiental é preciso, após a formação, registrar-se no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
Com salário médio de R$5.511,38, de acordo com dados do Caged, o mercado de trabalho do bacharel em Engenharia Ambiental abrange instituições públicas e privadas, como secretarias de meio ambiente, empresas de consultoria ou centros de pesquisa em cargos de consultor, coordenador e gerente. É possível, ainda, atuar como autônomo com a emissão de licenças ambientais.
"A maior parte dos trabalhos em consultoria incluem gerar relatório para apresentar aos órgãos tudo o que vai ser feito, então é algo mais burocrático. É legal porque você está sempre em campo, vê de perto o que precisa colocar no papel. Mas também é preciso entender bastante de legislação e os trâmites dos órgãos, pois muita coisa é feita online", explica. Na Tamoios, Danilo conta que está mais próximo do ideal de engenheiro ambiental como protetor da fauna e flora, pois dentre as suas funções principais está de desenvolver campanhas e políticas de preservação.
Veja a seguir as principais áreas nas quais um engenheiro ambiental pode atuar:
- Controle de poluição;
- Planejamento e gestão ambiental;
- Recuperação de áreas;
- Geoprocessamento;
- Recursos hídricos;
- Bioprocessos e biotecnologia;
- Emissão de licenças.
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Danilo destaca, ainda, a área de qualidade de segurança para os engenheiros ambientais.
"Dentro das empresas, 90% dos meus colegas de classe fizeram Engenharia de Segurança, porque no sistema de gestão integrada qualidade de segurança e meio ambiente são integrados. Então se formou um setor dentro de todas as empresas relacionado a isso. E para cargos de gerente ou de maior escalão, é imprescindível que você tenha formação em Engenharia de Segurança", ressalta o engenheiro.
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