O mês de junho costuma ser marcado por diversos movimentos e passeatas do movimento LGBTQIAP+. Para se ter uma ideia, em São Paulo, a parada do orgulho LGBTQIAP+ de 2021 foi virtual e aconteceu no dia 6 de junho. No Rio de Janeiro, foi dia 24 e, em Nova Iorque, no dia 27 do mesmo mês.
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As diversas passeatas são marcadas por serem, ao mesmo tempo, uma celebração das relações homoafetivas e movimentos políticos, de reivindicação por direitos e cidadania por parte da comunidade LGBTQIAP+.
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Porque junho é o mês do orgulho LGBTI+?
Como vimos, diversas passeatas acontecem no mês de junho. Isso acontece porque essas datas remetem à história do movimento LGBTQIAP+, já que, em 1969, houve a chamada revolta de Stonewall em Nova Iorque, que foi desencadeada quando um grupo de homens homossexuais decidiram enfrentar a violência policial, da qual eles eram vítimas.
Na madrugada do dia 28 de 1969 um grupo de homens homossexuais resolveram enfrentar a ação policial em um bar que era ponto de encontro de pessoas LGBTQIAP+. Como protesto, eles ficaram confinados dentro do bar. Nesse período, o grupo recebeu apoio de uma multidão de gays e lésbicas que ficaram do lado de fora.
Revolta de Stonewall
Nas décadas de 1950 e 1960 os Estados Unidos tinham uma legislação anti-homosexual, já que práticas homossexuais foram consideradas crimes até 1962 em todos os estados do país. Em 1969, ano da revolta, a prática já não era criminalizada, mas muitos estabelecimentos comerciais que eram frequentados por gays e lésbicas eram atacados e perseguidos pela polícia.
Na cidade de Nova Iorque apenas um bar era abertamente gay, o Stonewall Inn, que ficava no bairro do Greenwich Village. Na noite de 28 para 29 de junho, o que era para ser uma batida policial comum tornou-se em revolta. Um grupo de homossexuais se recusou a ser revistado pela polícia, iniciando um confronto que durou cerca de 4 horas e resultou na destruição do bar.
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Com o fim do bar, um grupo ainda maior de pessoas se reuniu no endereço na noite seguinte. E já que não havia mais o local secreto para as trocas de afeto, elas começaram a ser feitas em público. A polícia, então, chegou em massa para reprimir a multidão, o que resultou em uma série de protestos e confusão.
As revoltas duraram 5 dias até que foram totalmente contidas. Ainda assim, a luta dos LGBTQIAP+ por direitos ganhou apoio e visibilidade, de modo que até o final de 1969 muitas cidades americanas passaram a ter organizações pelos direitos dos homossexuais. E, no de 1970, após 1 ano das revoltas, aconteceram as primeiras passeatas do orgulho gay nos Estados Unidos.
O que significa LGBTQIAP+
A sigla LGBTQIAP+ remete à diversidade sexual existente entre os humanos e significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Intersexuais, Queer, Assexuais, Pansexuais, entre outros. Na década de 1990, alguns movimentos culturais e políticos utilizavam a sigla “GLS”, (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), para se referir à comunidade.
Com o tempo, outras expressões sexuais conquistaram visibilidade e relevância política dentro dos próprios movimentos LGBTQIAP+ E passaram a ser representadas também pela sigla do movimento.
Dados para entender a luta contra a homofobia no Brasil
Como vimos, as passeatas do movimento LGBTQIAP+ estão historicamente relacionadas com protestos de acesso à cidadania e a direitos. Listamos abaixo alguns dados para que se possa entender a importância da luta contra a homofobia no Brasil.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base nos dados obtidos pelo Disque 100, referentes à 2017, sobre a população LGBT, constatou que:
73% dos estudantes LGBTs afirmam ter sido vítimas de violência verbal;
36% dos estudantes LGBTs afirmam ter sido vítimas de violência física.
Além disso, as denúncias feitas por LGBTs mostram como o grupo ainda é vítima de violência:
Violência psicológica: 35%
Discriminação: 35%
Violência física: 20%
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Criminalização da homofobia
Em 2019, a LGBTfobia tornou-se crime no Brasil. Por meio de uma votação, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por um placar de 8 votos a 3, que a discriminação contra homossexuais e transexuais é um crime com pena prevista de 1 a 3 anos de prisão, além de multa.
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