Levar o currículo de porta em porta às empresas tem se tornando uma prática cada vez mais ultrapassada. Hoje em dia, mais de 40 milhões de brasileiros apostam na maior rede profissional do mundo: o LinkedIn.
Na rede, que tem como missão conectar profissionais do mundo todo, é possível encontrar vagas de emprego, fazer networking e conferir conteúdos de profissionais referência no mercado.
“É uma rede que começou como uma oportunidade de divulgar seu currículo, sua experiência profissional e buscar uma recolocação no mercado. Hoje, essa função ainda existe e é muito bem realizada, mas vai muito além disso, é uma plataforma para geração de negócios e aprendizado para carreira e vida profissional como um todo”, pontua Carla Falcão, consultora da carreira e negócios e especialista em LinkedIn.
Com a pandemia e o aumento de vagas para trabalho home office, o engajamento no LinkedIn aumentou ainda mais. De acordo com a plataforma, as conversas entre os usuários aumentaram 55% e a criação de sessões e grupos cresceu 26%.
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Entre os benefícios da plataforma, o especialista em LinkedIn e recolocação profissional, Rodrigo Moubar, destaca: “Você vai conseguir ser mais ativo no mercado de trabalho, aumentar sua competitividade, começar a ser demandado e, ativamente, você pode fazer networking, aprender mais sobre seu mercado através de conteúdos de outras pessoas e postar seus próprios conteúdos de modo a construir mais autoridade e gerar valor”.
Mas, para se beneficiar das oportunidades contidas no LinkedIn, não basta ter um perfil na rede, é preciso se destacar. Para ganhar relevância na plataforma, os especialistas entrevistados pela Revista Quero destacam três pilares que merecem a sua atenção: perfil, networking e conteúdo.
“Tudo isso se conecta. Um bom perfil no Linkedin te ajuda a fazer networking, porque quando você manda um convite, a pessoa vai olhar seu Linkedin e se for um perfil sólido, ele vai aceitar mais facilmente. Se você também faz uma produção de conteúdo, quando as pessoas que fizeram conexão antes terem uma oportunidade, vão lembrar de você porque estão vendo seus conteúdos. Você produz conteúdo e as pessoas podem ir atrás do perfil e ver um perfil bem feito. Com isso, você consegue gerar novas oportunidades, de forma mais fácil e sem depender só das candidaturas às vagas de emprego”, assegura Rodrigo.
Perfil: a vitrine do seu currículo
O primeiro passo para ter um perfil atraente no LinkedIn é ter um perfil completo, com todos os campos preenchidos, como resumo, experiências profissionais, formação acadêmica, competências, idiomas, cursos, trabalhos voluntários, e outros.
“Seu perfil no LinkedIn deve transparecer sua melhor versão. Você deve colocar não só as responsabilidades, o que você faz no dia a dia, mas também os resultados que você trouxe para a empresa ao longo da sua carreira. Quanto mais resultado e valor você conseguir agregar no seu currículo, mais fácil vai ser quando um recrutador ou tomador de decisão olhar seu perfil e saber que você é a pessoa certa para ele”, afirma Rodrigo.
Uma dica para se destacar logo na primeira impressão do perfil é adicionar um bom título, que não precisa se limitar ao cargo e empresa que você trabalha no momento. A dica de Rodrigo é deixar o título mais atraente e mais fácil de ser encontrado por meio de palavras-chave da sua área de atuação.
Para se destacar ainda mais, também é interessante incluir fotos de perfil e de capa e personalizar a url do perfil. Recomendações e competências dados por colegas também fortalecem o perfil, pois criam uma prova social sobre você e seu trabalho.
Networking: conexões com as pessoas certas
Lembre-se: o LinkedIn é uma rede social. Portanto, é importante criar conexões e interagir com profissionais da sua área, sobretudo recrutadores e tomadores de decisão, ou seja, profissionais em níveis hierárquicos acima do seu - o chamado networking.
Rodrigo alerta que o networking não é só a quantidade de conexões mas também a qualidade desses contatos. É preciso ter um relacionamento, conversar e expor a vontade de ir para uma nova oportunidade.
“O networking é responsável por 80% das ofertas de emprego que existem no Brasil e no mundo. Curiosamente, só 20% das ofertas de emprego são divulgadas publicamente. Então, não vale a pena só buscar vagas em sites ou no próprio Linkedin, em paralelo, é preciso fazer networking com as pessoas certas”, analisa o especialista.
Conteúdo: marque presença
Além de fazer networking, também é preciso marcar presença na rede. Afinal, quem não é visto, não é lembrado. Nesse sentido, a dica é produzir conteúdo na rede, de modo a construir e agregar valor à sua marca pessoal.
“Não tenha receio de dividir um conteúdo, algo que você aprendeu, um curso que você fez, um caso de sucesso no trabalho, é válido para interagir, ganhar destaque. O que é pouco para você pode ser muito para outras pessoas”, incentiva Luciane Borges, especialista em LinkedIn e estrategista em marca pessoal.
Seja para quem busca uma oportunidade no mercado ou quer fortalecer sua imagem profissional, gerar conteúdo e interagir com os conteúdos de outros colegas é uma ótima prática.
“Quando você interage no conteúdo de alguém, você coloca essa pessoa numa vitrine de destaque para as suas conexões. Quando as pessoas interagem o seu conteúdo, é você quem fica nessa vitrine e isso te ajuda a ser descoberto por quem ainda não te conhece, por quem precisa do teu trabalho, de um profissional como você, de um serviço que você presta ou até mesmo de um novo funcionário”, explica Carla.
Fique longe de polêmicas
Para evitar qualquer má impressão sobre seu perfil, o especialista Rodrigo sugere que se evite publicações negativas, falando mal de entrevistas de emprego, por exemplo, e se mantenha fora de polêmicas, como temas relacionados à política ou cancelamento de marcas.
“Os recrutadores olham isso e não cai bem, porque seu posicionamento pode ser diferente dos valores da empresa que quer te contratar ou do recrutador. Direcione seus esforços a temas ligados à sua carreira profissional, desenvolvimento profissional, aos desafios do mercado, do segmento que você atua", aconselha Luciane.
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