Geralmente, o programa de iniciação científica é o primeiro contato que o universitário possui com a pesquisa acadêmica. A iniciação científica consiste no estudo aprofundado de um tema escolhido pelo aluno em qualquer área do conhecimento, durante aproximadamente um ano, com o auxílio de um orientador de sua faculdade.
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O que é a Iniciação Científica?
Ela é voltada para alunos de graduação que possuam interesse em pesquisas, pensam em seguir carreira acadêmica, ou desejam realizar um estudo sobre determinado tema.
Algumas universidades possuem centros de pesquisa e disponibilizam programas de iniciação por meio de processos seletivos, em duas modalidades: remunerada - com pagamentos ou descontos nas mensalidades - ou voluntária.
O pesquisador também pode vincular a iniciação a instituições de incentivo à pesquisa, como o Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio da submissão de seu projeto a um processo seletivo, com o recebimento de bolsa-auxílio.
Como fazer uma iniciação científica?
Normalmente, o primeiro passo para fazer uma iniciação científica é fazer um projeto de pesquisa, o qual o aluno deve apresentar à universidade e à instituições de incentivo à pesquisa (Capes, CNPq, Fapesp, por exemplo) para pleitear uma bolsa de pesquisa. Com o projeto aprovado pelas duas instituições, é hora de começar de fato a iniciação científica.
Quais são as etapas da iniciação científica?
Os trabalhos de iniciação científica normalmente seguem uma ordem, confira abaixo:
1) Fazer o projeto
Escolha do tema: o estudante deve escolher sobre qual assunto e qual área deseja fazer a sua pesquisa. Nesta etapa é bom ter a orientação de um professor, que irá fazer sugestões de melhorias e propor objetivos a serem alcançados.
Escolha das referências: embora a sua pesquisa aborde um tema novo, todo trabalho científico tem alguma referência relacionada para ser consultada. Essa é a hora de escolher quais serão as referências (textos científicos, dados estatísticos, artigos de internet, apostilas, jornais e revistas) do seu trabalho.
Escrever a justificativa e formular a pergunta-problema: nesta parte você deverá colocar no seu trabalho o porquê da escolha daquele tema e porque é relevante falar sobre ele, além de formular a pergunta central que a sua pesquisa propositará responder.
Definir objetivo e metodologia: escrever qual ou quais objetivos a pesquisa pretende alcançar, além de qual metodologia será usada para realizar tal pesquisa
Definir um cronograma: normalmente, o projeto de iniciação científica possui uma organização na forma de cronograma, com data de cada etapa.
Confira: Tudo sobre o Currículo Lattes segundo a Capes
+ Qual é a diferença entre Capes, CNPq e Fapesp?
2) Executar o projeto
Após o projeto ser aprovado, é hora de partir para a ação e executar cada atividade prevista através da coleta e organização de dados, experimentos, entrevistas, análise dos dados, discussão com o professor orientador e outras atividades que forem necessárias.
3) Apresentar os resultados obtidos
Após ter executado todo o projeto, você chegará a um resultado, que pode comprovar ou até mesmo negar a ideia inicial sobre o tema. Assim, você irá apresentar para uma banca, normalmente composta por professores e pesquisadores relacionados à área. Os resultados podem ser organizados na forma de resumo, trabalho de conclusão de curso (monografia) e artigo científico.
Quem pode fazer uma iniciação científica?
Todos aqueles alunos de cursos de graduação que se interessarem e desejarem fazer uma pesquisa científica sobre um determinado tema podem fazer uma iniciação científica. A iniciação, inclusive, é atividade muito indicada para quem deseja seguir carreira acadêmica e futuramente se tornar um pesquisador ou professor universitário.
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A iniciação e sua apresentação valem horas complementares e, além disso, ela pode facilitar o desenvolvimento da modalidade monografia no TCC, pois a estrutura de ambos é a mesma e o aluno já está familiarizado com as técnicas de pesquisa.
Foi o que aconteceu com a Priscila Souza, formada em Letras pelo Mackenzie e aluna de Pedagogia da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Ela fez sua iniciação científica durante sua primeira graduação e afirmou ter sido uma experiência incrível. "Foi a primeira vez que produzi algo científico, que tive que ler uma bibliografia de uma área específica dentro da minha área, escrever um artigo que seria publicado e que iria contribuir para a comunidade científica".
Em relação ao TCC, ela declarou que o programa a preparou tanto na escrita, quanto na apresentação do seu trabalho, que foi uma continuidade da iniciação científica.
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Além disso, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), os estudantes que desenvolvem a pesquisa possuem 2,2 vezes mais chances de terminar o mestrado e 1,5 mais chances de fazer um doutorado.
Durante o desenvolvimento das pesquisas, o aluno deve produzir dois relatórios com detalhes sobre as atividades realizadas. E, após a entrega da iniciação - que devem conter até 20 páginas -, o estudante pode apresentar os resultados em eventos científicos de instituições de ensino e pesquisa, e durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
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Quanto ganha um pesquisador de iniciação científica?
No mundo das pesquisas acadêmicas não existe um salário, o que existe são pagamentos subsidiados pela CAPES nas diversas etapas do processo, chamados de "bolsas de estudo". A média de uma bolsa de quem faz iniciação científica fica em torno de R$ 400 mensais.
Entretanto, em outros níveis de escolaridade, como mestrado, doutorado e pós-doutorado, a bolsa para os pesquisadores é bem maior, confira abaixo:
- Mestrado: R$ 1.500
- Doutorado: R$ 2.200
- Pós-Doutorado: R$ 4.100