Um dos assuntos mais comentados desta terça-feira, 30 de abril, é a possibilidade de troca do atual patrono da educação brasileira, Paulo Freire. Mas, afinal, quem foi Paulo Freire e por que ele recebeu esse título?
Nascido em 1921, Paulo Freire nasceu e cresceu em Pernambuco (RE). Aos 22 anos, ele ingressou na Faculdade de Direito do Recife, mas seguiu carreira na área da educação.
Deu aulas de língua portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz, foi professor universitário na Universidade do Recife e desenvolveu um método de alfabetização no Rio Grande do Norte, no qual, em seu primeiro experimento, ele ensinou 300 pessoas a ler e escrever em 45 dias, conhecido hoje como o Método Paulo Freire.
Fora da sala de aula ele coordenou o Plano Nacional de Alfabetização, durante o governo de João Goulart, que foi vetado pelos militares após a implantação do Regime Militar.
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Em 1964, Freire foi preso e depois exilado. Fora do País, ele escreveu diversos livros na área da educação, e, dentre eles, sua obra mais famosa: Pedagogia do Oprimido, traduzido em mais de 40 idiomas. Nesse período, ele também lecionou em Harvard e deu consultorias sobre educação para governos de diversos países de terceiro mundo.
Após 16 anos, ele retornou ao Brasil e deu aula em instituições como Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 1989, tornou-se o secretário da educação do município de São Paulo. Dois anos depois, o Instituto Paulo Freire foi criado na capital paulista para desenvolver suas ideias.
Títulos e prêmios
Reconhecido internacionalmente, ele recebeu o título de doutor Honoris Causa - concedido a quem se destaca em sua área de atuação - por aproximadamente 27 universidades e prêmios como Educação para a Paz, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Educador dos Continentes da Organização dos Estados Americanos. Além disso, Freire é o terceiro pensador mais citado no mundo na área de Ciências Humanas.
Por ter dedicado grande parte de sua vida à alfabetização e educação da população pobre, ele passou a ser reconhecido como o patrono da educação brasileira, de acordo com a Lei nº 12.612, publicada em 2012.