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Profissões

PISA: meninos vão melhor em matemática e meninas em leitura

por Isabella Baliana em 07/12/23

Na terça-feira (5), os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022 foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 

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Realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa é o maior estudo comparativo do mundo, que avalia o conhecimento e as habilidades dos estudantes na faixa etária de 15 anos (idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica) em matemática, leitura e ciências.

Devido à pandemia de covid-19, a avaliação do Pisa 2021 foi adiada para 2022 e do Pisa 2024 para 2025. No Brasil, participaram do estudo 10.798 estudantes de 599 escolas das redes pública e privada. 

PISA: meninos vão melhor em matemática e meninas em leitura

Infelizmente, os dados revelaram que as médias de proficiência do país nas três áreas (ciências, matemática e leitura) são menores que as médias da OCDE, feita entre 81 países que participam do programa. Em matemática e ciências, o Brasil ocupa a as 20 piores posições desse ranking e em leitura, ocupa as 30 piores posições.

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Diferença de gênero no desempenho do Pisa

O relatório do Pisa também revelou que, no Brasil, os meninos superaram as meninas em matemática em 8 pontos, já as meninas superaram os meninos em leitura em 17 pontos, mostrando que, enquanto eles se saem melhores com fórmulas e raciocínios lógicos, elas vão melhores na capacidade de interpretação, compreensão e avaliação de textos.

Na escala global, esse cenário também se repete: os meninos foram melhores em matemática que as meninas em 40 países ou economias, contra 17 países ou economias em que as meninas superam os meninos. No entanto, em 79 países do total de 81, as meninas foram melhores em leitura que os meninos e obtiveram pontuação superior. 

Já em relação ao desempenho total entre 2012 e 2022 em matemática, uma surpresa: enquanto o desempenho dos meninos caiu, o das meninas permaneceu estável ao longo de 10 anos.

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Desempenho dos alunos brasileiros em Ciências no Pisa

No caso de ciências, uma das áreas de proficiência avaliadas pelos Pisa, o Brasil continua tendo um resultado muito aquém do mínimo desejável. Conforme analisa o professor e coordenador de Ciências e Biologia do Colégio Rio Branco, Paulo Allil, é possível até mesmo concluir que não houve evolução de 2009 até o presente momento.

Segundo o relatório do Pisa, o Brasil teve uma média de proficiência de 403, enquanto a média é de 485. Assim, cerca de 45% dos estudantes no Brasil atingiram o Nível 2 ou superior em ciências (média da OCDE: 76%), e apenas 1% dos estudantes obtiveram desempenho superior em ciências, no Nível 5 ou 6. O restante, ou seja, mais da metade, atingiram níveis inferiores a 2. 

"O Pisa divide a área de ciências em 6 categorias de proficiência, nós estamos com a maior parte da população no nível 1 e também um parcela significativa abaixo do nível 1. A OCDE considera que o mínimo necessário para que o indivíduo se torne um cidadão capaz de se incorporar à sociedade de forma ativa e consciente, que ele esteja pelo menos no nível 2", ressalta. 


De acordo com o professor, o país possui muitos estudantes que se encontram no nível 2 ou adiante, porém, infelizmente, a maior parcela ainda se encontra no nível 1. E essa realidade possui uma explicação: na maior parte das escolas do Brasil, não há uma mobilização e desenvolvimento de habilidades dos alunos nas matérias que envolvem ciências. 

"É fundamental lembrar: ciências é um conjunto de conhecimentos que vêm da Física, Química, Biologia, da matemática e a mobilização desses conhecimentos é fundamental pra que a gente consiga ir bem numa prova dessa (Pisa), e isso logicamente não tem ocorrido tanto na maior parte das escolas do Brasil", afirma Allil. 

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Desempenho dos alunos brasileiros em Leitura no Pisa

No Brasil, a média de proficiência dos estudantes em leitura foi de 410, enquanto a média da OCDE é de 476.  A pontuação é estatisticamente menor à média do Chile (448) e Uruguai (430), mas superior à da Argentina (401). Dessa forma, o país fica entre a 44º e 57º posição entre os 81 países que participam da pesquisa.

Ainda segundo o relatório, cerca de 50% dos estudantes no Brasil atingiram o Nível 2 ou superior em leitura, sendo que a média da OCDE é de 74%. Dessa forma, no mínimo, esses estudantes podem identificar a ideia principal em um texto de tamanho médio, encontrar informações com base em critérios explícitos, embora às vezes complexos, e podem refletir sobre a finalidade e a forma dos textos quando são orientados a fazê-lo. 


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Desempenho dos alunos brasileiros em Matemática no Pisa

em matemática, o Brasil apresentou um desempenho médio de 379 pontos em matemática, sendo que a média da OCDE é de 472. A pontuação é inferior à média do Chile (412), Uruguai (409) e Peru (391) e coloca o país entre as posições 62º e 69º, dentre as 20 piores do ranking.

De acordo com o relatório, no Brasil apenas 27% dos estudantes atingiram pelo menos o Nível 2 de proficiência em matemática, significativamente menor do que a média dos estudantes entre os países da OCDE, que é de 69%.

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Isso significa que, teoricamente, esses estudantes conseguem, no mínimo, interpretar e reconhecer, sem instruções diretas, como uma situação simples pode ser representada matematicamente (por exemplo, comparar a distância total de duas rotas alternativas ou converter preços em uma moeda diferente).


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