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Ensino Básico

Poema infantil: 15 poesias para toda criança conhecer

por Yuri Marques em 12/06/24


Todo adulto sabe, pelo menos, o versinho de um poema infantil! Seja porque marcou a própria infância ou porque está na fase de apresentar esse tipo de texto para os filhos. O fato é: as rimas musicalizadas não saem tão fácil das nossas mentes.

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O poema infantil tem ritmo, contexto e narração. Geralmente, o autor propõe até um tipo de interação com o leitor ou ouvinte, o que estimula ainda mais a imaginação das crianças. 

Outro ponto que chama atenção em um poema infantil é o uso das palavras. Muitas vezes, elas são inseridas de uma forma que a criança não escuta no dia a dia, o que contribui para a fixação e associação de significados

As poesias tendem a ser mais curtas do que as fábulas, por isso elas são uma ótima alternativa para a correria da rotina ou para a história antes de dormir, quando as crianças já estão cansadas. 

Veja também: + 15 fábulas infantis para ler para as crianças  

E dá até para treinar a leitura com poema infantil, hein? Justamente pelo desafio em falar palavras semelhantes e pelo tamanho da leitura ser menor. Abaixo, separamos 10 histórias para os pequenos. E depois, ainda tem mais cinco poesias curtinhas, para recitar em qualquer lugar e horário!

10 poemas infantis para estimular a imaginação das crianças

Como vimos, o poema infantil é ótimo para as crianças. Veja a seguir 10 poemas grandes para ler para as crianças.

1) O Girassol, de Vinícius de Moraes


Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel.
Roda, roda, roda carrossel
Gira, gira, gira girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol.

    2) O Menino Azul, de Cecília Meireles

    cecilia-meireles

    O menino quer um burrinho 
    para passear.
    Um burrinho manso,
    que não corra nem pule,
    mas que saiba conversar.
    O menino quer um burrinho
    que saiba dizer
    o nome dos rios,
    das montanhas, das flores, 
    – de tudo o que aparecer.
    O menino quer um burrinho
    que saiba inventar histórias bonitas
    com pessoas e bichos
    e com barquinhos no mar. 
    E os dois sairão pelo mundo
    que é como um jardim
    apenas mais largo
    e talvez mais comprido
    e que não tenha fim. 
    (Quem souber de um burrinho desses,
    pode escrever
    para a Ruas das Casas,
    Número das Portas,
    ao Menino Azul que não sabe ler.)

      3) Bons e maus negócios, de José Paulo Paes


      Fabricantes de calçados
      Ganhariam dinheiro e ficariam gratos
      Às centopeias se elas usassem sapatos
      Dentistas e protéticos
      Viveriam na maior fartura
      Se os jacarés usassem dentadura
      Lojas de artigos de inverno
      Teriam muito mais lugar ao sol
      Se as girafas usassem cachecol
      Mas o que seria de nós, eu me pergunto,
      Se os elefantes resolvessem
      Meter o nariz em nossos assuntos?

        4) Pontinho de Vista, de Pedro Bandeira


        Eu sou pequeno, me dizem,
        e eu fico muito zangado. 
        Tenho de olhar todo mundo
        com o queixo levantado.
        Mas, se formiga falasse 
        e me visse lá do chão,
        ia dizer, com certeza:
        — Minha nossa, que grandão!

          5) Baile no sereno, de Ruth Rocha 


          Cantador canta tristeza,
          canta alegria também.
          É de sua natureza
          cantar o mal e o bem.
          Pois ele tem dentro dele
          o canto que o canto tem…
          Por isso, se o mar secar,
          se cobra comprar sapato,
          se cachorro virar gato,
          se o mudo puder falar,
          Se a chuva chover pra cima,
          se barata for grã-fina,
          Quando o embaixador for em cima,
          Cantador vai se calar.

            6) O Pato, de Vinícius de Moraes 


            Lá vem o pato 
            Pata aqui, pata acolá 
            Lá vem o pato 
            Para ver o que é que há. 
            O pato pateta 
            Pintou o caneco 
            Surrou a galinha 
            Bateu no marreco 
            Pulou do poleiro 
            No pé do cavalo 
            Levou um coice 
            Criou um galo 
            Comeu um pedaço 
            De jenipapo 
            Ficou engasgado 
            Com dor no papo 
            Caiu no poço 
            Quebrou a tigela 
            Tantas fez o moço 
            Que foi pra panela.

              7) Guarda-chuvas, de Rosana Rios


              Tenho quatro guarda-chuvas 
              todos os quatro com defeito;
              Um emperra quando abre,
              outro não fecha direito. 
              Um deles vira ao contrário
              seu eu abro sem ter cuidado.
              Outro, então, solta as varetas
              e fica todo amassado. 
              O quarto é bem pequenino,
              pra carregar por aí;
              Porém, toda vez que chove,
              eu descubro que esqueci… 
              Por isso, não falha nunca:
              se começa a trovejar, 
              nenhum dos quatro me vale –
              eu sei que vou me molhar. 
              Quem me dera um guarda-chuva
              pequeno como uma luva 
              Que abrisse sem emperrar
              ao ver a chuva chegar!
              Tenho quatro guarda-chuvas
              que não me servem de nada;
              Quando chove de repente,
              acabo toda encharcada. 
              E que fria cai a água
              sobre a pele ressecada! 
              Ai…

                8) Leilão de Jardim, de Cecília Meireles 


                Quem me compra um jardim com flores?
                Borboletas de muitas cores,
                lavadeiras e passarinhos,
                ovos verdes e azuis nos ninhos?
                Quem me compra este caracol?
                Quem me compra um raio de sol?
                Um lagarto entre o muro e a hera,
                uma estátua da Primavera?
                Quem me compra este formigueiro?
                E este sapo, que é jardineiro?
                E a cigarra e a sua canção?
                E o grilinho dentro do chão?
                (Este é o meu leilão.)

                  9) Aninha e suas Pedras, de Cora Coralina 


                  Não te deixes destruir…
                  Ajuntando novas pedras
                  e construindo novos poemas.
                  Recria tua vida, sempre, sempre.
                  Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
                  Faz de tua vida mesquinha
                  um poema.
                  E viverás no coração dos jovens
                  e na memória das gerações que hão de vir.
                  Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
                  Toma a tua parte.
                  Vem a estas páginas
                  e não entraves seu uso
                  aos que têm sede.

                    10) Os Sapos, de Manuel Bandeira 


                    Enfunando os papos,
                    Saem da penumbra,
                    Aos pulos, os sapos.
                    A luz os deslumbra.
                    Em ronco que aterra,
                    Berra o sapo-boi:
                    – “Meu pai foi à guerra!”
                    – “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”.
                    O sapo-tanoeiro,
                    Parnasiano aguado,
                    Diz: – “Meu cancioneiro
                    É bem martelado.”
                    Vede como primo
                    Em comer os hiatos!
                    Que arte! E nunca rimo
                    Os termos cognatos.
                    O meu verso é bom
                    Frumento sem joio.
                    Faço rimas com
                    Consoantes de apoio.
                    Vai por cinquenta anos
                    Que lhes dei a norma:
                    Reduzi sem danos
                    A fôrmas a forma.
                    Clame a saparia
                    Em críticas céticas:
                    Não há mais poesia,
                    Mas há artes poéticas…”
                    Leia também: + 10 brincadeiras para alfabetização

                    5 poemas infantis curtos para recitar todos os dias

                    Já os poemas infantis curtos podem ser tão divertidos quanto as estrofes mais longas! É um ótimo jeito de testar a memória dos pequenos, além de não precisar esperar por um momento específico para recitá-los. Basta lembrar das rimas e soltar o primeiro versinho.

                      1) Poeminha do Contra, de Mário Quintana 

                      Todos estes que aí estão
                      Atravancando o meu caminho,
                      Eles passarão.
                      Eu passarinho! 

                      2) Todas as coisas, de Arnaldo Antunes 


                      Todas as coisas
                      do mundo não
                      cabem numa
                      ideia. Mas tu-
                      do cabe numa
                      palavra, nesta
                      palavra tudo.

                      3) Espantalho, de Almir Correia 


                      Homem de palha
                      coração de capim
                      vai embora
                      aos pouquinhos
                      no bico dos passarinhos
                      e fim.

                      4) Bagunça, de Leo Cunha 


                      Bagunça rima com criança,
                      bagunça é prima da lambança,
                      bagunça dança, bailarina,
                      começa e nem sempre termina,
                      bagunça mansa,
                      essa menina,
                      descansa de pança pra cima.

                      5) Metamorfose, de José Paulo Paes


                      Me responda você
                      Que parece um sabichão
                      Se lagarta vira borboleta
                      Por que trem não vira avião?
                      Sobre o autor
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                      Yuri Marques

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