Todo adulto sabe, pelo menos, o versinho de um poema infantil! Seja porque marcou a própria infância ou porque está na fase de apresentar esse tipo de texto para os filhos. O fato é: as rimas musicalizadas não saem tão fácil das nossas mentes.
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O poema infantil tem ritmo, contexto e narração. Geralmente, o autor propõe até um tipo de interação com o leitor ou ouvinte, o que estimula ainda mais a imaginação das crianças.
Outro ponto que chama atenção em um poema infantil é o uso das palavras. Muitas vezes, elas são inseridas de uma forma que a criança não escuta no dia a dia, o que contribui para a fixação e associação de significados.
As poesias tendem a ser mais curtas do que as fábulas, por isso elas são uma ótima alternativa para a correria da rotina ou para a história antes de dormir, quando as crianças já estão cansadas.
Veja também: + 15 fábulas infantis para ler para as crianças
E dá até para treinar a leitura com poema infantil, hein? Justamente pelo desafio em falar palavras semelhantes e pelo tamanho da leitura ser menor. Abaixo, separamos 10 histórias para os pequenos. E depois, ainda tem mais cinco poesias curtinhas, para recitar em qualquer lugar e horário!
10 poemas infantis para estimular a imaginação das crianças
Como vimos, o poema infantil é ótimo para as crianças. Veja a seguir 10 poemas grandes para ler para as crianças.
1) O Girassol, de Vinícius de Moraes
Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel.
Roda, roda, roda carrossel
Gira, gira, gira girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol.
2) O Menino Azul, de Cecília Meireles
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
– de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
3) Bons e maus negócios, de José Paulo Paes
Fabricantes de calçados
Ganhariam dinheiro e ficariam gratos
Às centopeias se elas usassem sapatos
Dentistas e protéticos
Viveriam na maior fartura
Se os jacarés usassem dentadura
Lojas de artigos de inverno
Teriam muito mais lugar ao sol
Se as girafas usassem cachecol
Mas o que seria de nós, eu me pergunto,
Se os elefantes resolvessem
Meter o nariz em nossos assuntos?
4) Pontinho de Vista, de Pedro Bandeira
Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.
Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
— Minha nossa, que grandão!
5) Baile no sereno, de Ruth Rocha
Cantador canta tristeza,
canta alegria também.
É de sua natureza
cantar o mal e o bem.
Pois ele tem dentro dele
o canto que o canto tem…
Por isso, se o mar secar,
se cobra comprar sapato,
se cachorro virar gato,
se o mudo puder falar,
Se a chuva chover pra cima,
se barata for grã-fina,
Quando o embaixador for em cima,
Cantador vai se calar.
6) O Pato, de Vinícius de Moraes
Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para ver o que é que há.
O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.
7) Guarda-chuvas, de Rosana Rios
Tenho quatro guarda-chuvas
todos os quatro com defeito;
Um emperra quando abre,
outro não fecha direito.
Um deles vira ao contrário
seu eu abro sem ter cuidado.
Outro, então, solta as varetas
e fica todo amassado.
O quarto é bem pequenino,
pra carregar por aí;
Porém, toda vez que chove,
eu descubro que esqueci…
Por isso, não falha nunca:
se começa a trovejar,
nenhum dos quatro me vale –
eu sei que vou me molhar.
Quem me dera um guarda-chuva
pequeno como uma luva
Que abrisse sem emperrar
ao ver a chuva chegar!
Tenho quatro guarda-chuvas
que não me servem de nada;
Quando chove de repente,
acabo toda encharcada.
E que fria cai a água
sobre a pele ressecada!
Ai…
8) Leilão de Jardim, de Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)
9) Aninha e suas Pedras, de Cora Coralina
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
10) Os Sapos, de Manuel Bandeira
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
– “Meu pai foi à guerra!”
– “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: – “Meu cancioneiro
É bem martelado.”
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”
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5 poemas infantis curtos para recitar todos os dias
Já os poemas infantis curtos podem ser tão divertidos quanto as estrofes mais longas! É um ótimo jeito de testar a memória dos pequenos, além de não precisar esperar por um momento específico para recitá-los. Basta lembrar das rimas e soltar o primeiro versinho.
1) Poeminha do Contra, de Mário Quintana
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
2) Todas as coisas, de Arnaldo Antunes
Todas as coisas
do mundo não
cabem numa
ideia. Mas tu-
do cabe numa
palavra, nesta
palavra tudo.
3) Espantalho, de Almir Correia
Homem de palha
coração de capim
vai embora
aos pouquinhos
no bico dos passarinhos
e fim.
4) Bagunça, de Leo Cunha
Bagunça rima com criança,
bagunça é prima da lambança,
bagunça dança, bailarina,
começa e nem sempre termina,
bagunça mansa,
essa menina,
descansa de pança pra cima.
5) Metamorfose, de José Paulo Paes
Me responda você
Que parece um sabichão
Se lagarta vira borboleta
Por que trem não vira avião?