Atualizado em 24/03/2023.
O mês de outubro de 2023 marcará o histórico aniversário de 117 anos do primeiro voo do 14-Bis. Em 23 de outubro de 1906, o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont foi a primeira pessoa a levantar voo em um veículo mais pesado que o ar sem precisar de um objeto propulsor para decolar.
O primeiro voo do 14-Bis aconteceu no campo de Bagatelle, região central de Paris, na França. Na época, a capital francesa era uma das principais cidades do mundo quando o assunto era inovação e desenvolvimento. Os jornais nas semanas seguintes estamparam em suas capas o feito do mineiro de Cabangu, que entrava para a história como um dos personagens pioneiros da aviação mundial e se tornaria o "pai da aviação".
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares das principais universidades do país costumam aproveitar efemérides como essa para abordar o tema em questões das provas. O primeiro voo do 14-Bis é um tema bastante versátil para os vestibulares e pode aparecer em questões de diversos cadernos, como História, Matemática e até na Física.
Para conhecer mais sobre essa história e, de quebra, aprender sobre um tema que pode cair nos vestibulares, a Revista Quero levantou 5 curiosidades sobre o 14-Bis que podem aparecer no seu caderno de questões.
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1. Por que o 14-Bis tem esse nome?
Antes da primeira decolagem autônoma do 14-Bis, o aeroplano voava acoplado ao balão dirigível número 14 de Santos Dumont. Por isso, o 14-Bis foi batizado com esse nome. O balão tinha a função de diminuir o peso do avião acoplado para facilitar que ele levantasse voo.
14-Bis, então, fazia uma referência ao balão de Santos Dumont e significava "14 de novo". Outra curiosidade é que, na França, o 14-Bis tinha outro nome. Os franceses o chamavam de "Oiseau de Proie", que em português significa "Ave de Rapina".
2. Como foi o primeiro voo do 14-Bis?
Como o balão deixava os voos mais devagar, Alberto Santos Dumont começou a fazer testes para tentar decolar o 14-Bis de forma independente ao dirigível. A primeira tentativa aconteceu em agosto e já teve sucesso de tirar o aeroplano do chão. Mas o piloto não ficou totalmente satisfeito, principalmente por conta da estabilidade do voo.
Depois de outras tentativas, um novo motor e outros reparos no avião, o dia 23 de outubro de 1906 se tornou a data do primeiro voo oficial do 14-Bis. O público de mais de mil pessoas que acompanhava a façanha no campo de Bagatelle, no centro de Paris, viu Santos Dumont levantar voo com o 14-Bis por uma distância de 60 metros durante cerca de 7 segundos, a uma altura de aproximadamente dois metros do chão.
Apesar desse ser considerado o primeiro voo do 14-Bis, o sucesso da invenção do aviador se deu mesmo algumas semanas depois, em 12 de novembro. No mesmo olhar, sob olhares do público e da Comissão Oficial do Aeroclube da França, o avião voo por 220 metros durante quase 22 segundos, um recorde até então. Pelo voo, Santos Dumont recebeu 1.500 francos como premiação dada pelo Aeroclube da França.
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Onde foi o primeiro voo do 14-Bis?
Como explicitado acima, o primeiro voo do 14-Bis foi no campo de Bagatelle, no centro de Paris, na França. Naquela tarde de 26 de outubro, Santos Dumont realizou o primeiro voo de sua invenção, marcando seu nome na história da aviação mundial.
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Quanto tempo durou o primeiro voo do 14-bis?
O primeiro voo do 14-Bis durou sete segundos, sendo realizado com uma altura de dois metros no chão, percorrendo no total 60 metros de distância.
3. Quanto pesava o 14-Bis?
O 14-Bis era feito de madeira, bambu e seda japonesa nas asas. Por causa dessa matéria prima, o avião era leve: pesava cerca de 260 kg. Nas suas invenções seguintes, Santos Dumont buscou reduzir ainda mais o peso da aeronave. Outra obra famosa do aviador, o avião Demoiselle, que em francês pode significar senhorita ou libélula, pesava apenas cerca de 118 quilos e, segundo ele próprio, era oito vezes menor que o 14-Bis.
4. Como funciona o 14-Bis?
O motor que fez o 14-Bis voar foi um Antoinette náutico de 50 cavalos-vapor (kW) de potência movido a gasolina. Ele tinha 8 cilindros em "V", sendo quatro em cada lado, que geravam 1.500 rotações por minuto (rpm). Ao contrário de como os aviões são conhecidos hoje, as asas ficam na parte traseira da aeronave.
Santos Dumont também pilotava o 14-Bis da parte traseira, dentro de um cesto de vime que segurava o piloto. Ele usava uma rodinha para controlar o leme dianteiro do avião com a mão esquerda. O brasileiro também precisava controlar as asas com cordas vestidas nos ombros para movimentar. Com a mão direita, Santos Dumont controlava uma alavanca para subir e descer o nariz da aeronave e pressionava o acelerador do motor.
Apesar de ter um sistema diferente de tudo o que veio depois, a lógica de funcionamento do 14-Bis é semelhante com a forma que os aviões da atualidade são pilotados.
5. Onde está o 14-Bis original de Santos Dumont?
Você pode pensar que o primeiro avião do mundo está conservado e guardado em um museu para visitação em algum lugar do mundo. No entanto, o fim do 14-Bis aconteceu muito antes de ele poder se tornar um objeto de amostra em exposições.
Sim, todos os 14-Bis que você vê por aí (inclusive no vídeo acima) são réplicas que reproduzem a invenção de Santos Dumont. O original não durou sequer um ano. Em 14 abril de 1907, menos de seis meses depois do primeiro voo, o 14-Bis foi destruído em sua última decolagem.
Dumont perdeu o controle e a estabilidade durante o voo e, sem conseguir reverter a situação, o avião se chocou contra o chão. Até aí tudo bem, já que uma queda de apenas dois metros de altura pode não destruir completamente a estrutura do avião. No entanto, Santos Dumont não estava pensando na conservação do 14-Bis.
Ele aproveitou hélice, rodas e motor do avião para reutilizar em projetos posteriores nos anos seguintes. Então, o 14-Bis foi desmanchado e as peças das estruturas foram reutilizadas nos trabalhos seguintes do aeronauta.
6. Qual foi o primeiro voo de Santos Dumont?
É difícil precisar qual foi o primeiro voo de Santos Dumont já que, desde antes de 1901, quando ficou internacionalmente conhecido por conquistar o Prêmio Deustch, contornando a Torre Eiffel em um dirigível, o inventor brasileiro já tinha experiência construindo e pilotando os primeiros balões dirigíveis movidos a gasolina do mundo.
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Fontes: Força Aérea Brasileira, Estadão, O Globo, Revista Galileu, Canal Aero Por Trás da Aviação, Revista Super.
