A síndrome de down em crianças é um assunto que precisa ser cada vez mais abordado na sociedade para garantir a inclusão e a adoção de políticas públicas que valorizem tanto a diversidade quanto o respeito às diferenças.
Neste artigo você vai ver:
O que é síndrome de Down?
Quantos tipos de síndrome de Down existem?
Quando é o Dia Nacional da Síndrome de Down?
Como deve ser o tratamento de uma criança com síndrome de Down?
Confira a seguir e boa leitura!
O que é síndrome de Down?
A síndrome de Down em crianças, uma condição genética causada pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21, afeta diversas áreas do desenvolvimento e funcionamento do indivíduo. A síndrome de Down influencia, principalmente, o desenvolvimento cognitivo, levando a desafios nas habilidades de aprendizagem e memória.
A maioria das pessoas com síndrome de Down apresenta algum grau de deficiência intelectual, o que pode variar de leve a moderado. Além disso, a condição pode afetar o desenvolvimento motor, com algumas crianças que apresentam atraso na coordenação e na habilidade de andar ou falar, exigindo intervenções precoces e terapias para promover a mobilidade e a comunicação.
Ao se perguntar sobre “o que é síndrome de down” é possível perceber que, além das questões cognitivas e motoras, a síndrome de Down em crianças também pode impactar a saúde física. Indivíduos com a condição têm maior propensão a problemas de saúde, como doenças cardíacas congênitas, distúrbios endócrinos e problemas auditivos e visuais. Essas condições associadas podem demandar monitoramento médico contínuo e tratamentos especializados ao longo do crescimento.
A síndrome de Down em crianças também pode afetar aspectos sociais e emocionais, exigindo suporte psicológico e social para ajudar as pessoas a se adaptarem e se integrarem de maneira plena na sociedade. Com o suporte adequado e intervenções precoces, muitas pessoas com síndrome de Down conseguem levar uma vida extremamente satisfatória, com habilidades e potencial significativos para o convívio escolar e também no mercado de trabalho.
Quantos tipos de síndrome de Down existem?
A síndrome de Down em crianças pode se manifestar em três tipos principais, dependendo da natureza da alteração cromossômica. São eles:
1- Trissomia do Cromossomo 21 (ou Trissomia Total):
É o tipo mais comum de síndrome de down em crianças, representando cerca de 95% dos casos. Nessa forma, há uma cópia extra completa do cromossomo 21 em todas as células do corpo.
2- Translocação:
Representa aproximadamente 3-4% dos casos de síndrome de down em crianças. Nesse tipo, uma parte do cromossomo 21 é anexada a outro cromossomo, em vez de estar livre no cromossomo 21. Pode ser herdada de um dos pais e geralmente está associada a um risco maior de recorrência em futuras gravidezes.
3- Mosaicismo:
Representa cerca de 1-2% dos casos. Nessa forma, a pessoa tem uma mistura de células com o número normal de cromossomos e células com a trissomia 21. Os sintomas podem ser mais leves do que na trissomia total.
Como é uma criança com Síndrome de Down?
Uma criança com síndrome de Down geralmente apresenta características físicas e cognitivas distintas, embora a variação individual seja significativa. Fisicamente, essas crianças podem ter traços faciais específicos, como olhos em formato de amêndoa, um perfil facial achatado, e uma língua que pode protruir.
A hipotonia, ou baixa tonificação muscular, é comum, o que pode levar a atrasos no desenvolvimento motor, como sentar, engatinhar e andar. Além disso, a coordenação motora fina e grossa pode ser afetada na síndrome de down em crianças, exigindo intervenção e apoio especializado para o desenvolvimento dessas habilidades.
Cognitivamente, as crianças com síndrome de Down enfrentam desafios no desenvolvimento intelectual, o que pode se manifestar em atrasos na linguagem, aprendizado e habilidades sociais. No entanto, elas também possuem uma gama diversificada de habilidades e potencialidades, e muitas podem alcançar marcos importantes com o suporte adequado.
Na visão de médicos e educadores, as intervenções precoces, terapias e apoio pedagógico são fundamentais para promover o desenvolvimento e a integração social das crianças com síndrome de Down, permitindo-lhes uma vida rica e significativa.
O ambiente familiar e educacional desempenha um papel crucial para ajudar essas crianças a atingir seu potencial máximo e a se envolver plenamente com a comunidade ao seu redor.
Quando é o Dia Nacional da Síndrome de Down?
No Brasil, o Dia Nacional da Síndrome de Down foi instituído pela Lei nº 14.306/2022. A data é celebrada sempre em 31 de março, sendo um momento de grande conscientização e celebração pela vida das pessoas com síndrome de Down.
Geralmente, nessa data órgãos públicos, empresas e outras entidades realizam campanhas e voltadas para a valorização da pessoa com síndrome de Down na sociedade.
Nas escolas, por exemplo, é essencial que os gestores escolares busquem formas diferenciadas de ampliar a inclusão de crianças com síndrome de Down durante todo o ano. Além disso, é necessário oferecer apoio aos pais, envolvendo-os nas conquistas, dificuldades e no desenvolvimento educacional dos filhos.
O trabalho da escola também deve envolver a comunidade com o tema, permitindo que cada vez mais pessoas entendam a importância de estimular e respeitar as crianças com síndrome de Down. Esse trabalho contínuo de conscientização pode acontecer por meio de palestras, campanhas, treinamento de professores, workshops, grupos de conversas com outros pais e estudantes.
O conhecimento adequado sobre a síndrome de Down em crianças é essencial para combater o preconceito e o bullying no ambiente escolar. Além disso, cria um espaço acolhedor para os alunos com síndrome de down, incentivando amizades e interações positivas no dia a dia deles.
Como deve ser o tratamento de uma criança com síndrome de Down?
As crianças com síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento para que sejam capazes de vencer as limitações que essa alteração genética costuma causar. Como geralmente essas crianças têm necessidades específicas de saúde e de aprendizagem, a assistência profissional multidisciplinar e a atenção permanente dos pais serão cruciais para a superação dos desafios.
É essencial que bebês e crianças com síndrome de Down sejam acompanhadas desde cedo com exames diversos para diagnosticar o quanto antes quaisquer anormalidades cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas, auditivas e visuais. Muitas vezes, o tratamento precoce pode impedir que esses problemas cheguem a afetar a saúde do indivíduo.
Na visão da médica pediatra Anna Bohn, pós-graduada em Síndrome de Down pelo Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas da Faculdade de Medicina do ABC (CEPEC - FMABC), um dos maiores desafios da atualidade é vencer os estereótipos relacionados à síndrome de Down em crianças.
Para ela, é necessário combater os rótulos que colocam as pessoas com síndrome de Down como indivíduos sem autonomia e eternamente dependentes.
"Essa ideia equivocada é repetida sem conhecimento dos avanços em saúde e inclusão atuais. Os cuidados com a saúde de quem tem Síndrome de Down, estímulos adequados às suas necessidades e a luta pelo direito à educação fizeram com que, nas últimas décadas, muitos alcançassem o ensino em escolas regulares até seu término, o ingresso em escola superior, maior autonomia para sair sozinhos, dirigir carros, entre outros aspectos da vida cotidiana tidos como corriqueiros, mas que por muitos anos não era vista", enfatizou a médica em entrevista ao Portal Terra.
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