Com o avanço da tecnologia, é comum surgirem dúvidas como se profissões serão extintas ou funções serão substituídas.
Na área de Direito não é diferente. Uma das carreiras mais tradicionais têm cada vez mais técnicas e conceitos ligados à tecnologia aplicados no dia a dia, como sites de tribunais de pesquisa de jurisprudência, programas de controle dos andamentos processuais e programas que redijam minutas de contratos, petições e acordos.
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No entanto, ao invés de ser vista como uma possível ameaça aos profissionais do setor jurídico, as transformações tecnológicas também podem ser consideradas uma forma de facilitar as funções do trabalhador, além de ser um diferencial no mercado de Direito.
Segundo uma pesquisa com mais de 400 escritórios de advocacia brasileiros realizada pelo Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (Cepe) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as tecnologias estão sendo incorporadas em grandes escritórios, bancos e empresas. Nesse contexto, os pequenos escritórios tornam-se mais vulneráveis para competir.
O que muda no mercado de trabalho?
De acordo com o advogado, consultor jurídico e professor de Direito Constitucional da Damásio Educacional, Paulo Peixoto, as tecnologias passam a otimizar o trabalho do advogado ao realizarem atividades rotineiras como emissão de custos, contagem de prazos processuais, elaboração de petições e contratos.
"O advogado pode se dedicar mais à atividade de pesquisa de teses e ao relacionamento com os clientes, oferecendo um serviço mais personalizado, por meio de aplicativos, inclusive. Ademais, o desenvolvimento da inteligência artificial torna cada vez melhor a busca de soluções jurídicas mais efetivas aos clientes e, também, a análise estatística de entendimentos dos tribunais. E, ainda, o uso da tecnologia, permite que o profissional jurídico possa atuar de qualquer localidade, bastando o acesso a um computador e à internet", explica Paulo.
Além disso, as novas tecnologias também possibilitam o surgimento de novas áreas como Direito Digital, Biodireito e Compliance.
O que passa a ser exigido do profissional?
Além de ter conhecimentos sobre programas de informática e linguagem de programação, o profissional de Direito também precisa incorporar ferramentas de marketing e gestão.
Em relação ao perfil dos funcionários, Paulo conta que eles "deverão ter perfil mais dinâmico, colaborativo e inovador. Também, exige-se foco, visão global e empreendedora. O advogado deve compreender bem as possíveis consequências da realização de um ato jurídico, dando o melhor suporte aos clientes".
O que muda na graduação de Direito?
Segundo o professor, o ensino jurídico permanece nos modelos tradicionais. Porém, a tendência é que cada vez mais as instituições de ensino incorporem recursos digitais para tornar as aulas mais atraentes aos alunos e para que possa acontecer uma imersão no tema de cada aula.
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Instituições de ensino como a FGV e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), por exemplo, já alinharam o curso com as novas necessidades do mercado jurídico e, por esse motivo, incorporaram conteúdos de programação e Legal Techs, respectivamente.
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