Seja no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou em outros vestibulares, a redação tem um grande peso para o resultado final. Por isso, é importante que o estudante esteja apto para desenvolver um texto com chances de ser bem avaliado.
Uma das formas de construir uma redação de prestígio é utilizar recursos linguísticos como, por exemplo, as figuras de linguagem. Esse recurso é responsável por dar ênfase a uma ideia ou opinião do autor do texto, entre uma das figuras mais conhecidas é a metáfora!
Porém, apesar de ser comumente utilizada, é preciso saber empregá-la corretamente para não correr o risco de prejudicar a sua produção textual. Para te ajudar, veja abaixo qual é a melhor forma de utilizar metáforas em uma redação:
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O que é metáfora?
"A metáfora é uma comparação implítica entre dois elementos de realidades muito diferentes. Por exemplo, quando eu digo que a Amazônia é o pulmão do mundo, eu construo uma metáfora porque associo uma capacidade respiratória do mundo à existência da Amazônia", explica Thiago Braga, professor de redação do pH.
Essa figura de linguagem é bastante comum em textos literários e poéticos, apresentando uma visão subjetiva do autor.
Como utilizar metáforas na redação?
Não há nada que impeça o uso de metáforas em qualquer redação, porém é preciso garantir que a ideia que o estudante quer passar pela metáfora tenha contexto, seja orgânica dentro da redação e que o seu significa esteja explícito para o leitor.
"Antes de tudo, é preciso que o estudante se certifique se ele conseguirá ser claro com aquela metáfora e se o recurso contribuirá para o texto. Como o vestibular tradicionalmente trabalha com dissertações, que é um texto objetivo, a metáfora não é o curso mais indicado. Porém, se o estudante quiser promover algum tipo de metáfora, é possível, desde que o uso da metáfora fique clara para o leitor", aponta Thiago.
Ou seja, a metáfora não pode fazer sentido apenas na cabeça do estudante, mas, principalmente, para quem vai ler.
Prefira o uso da metáfora na introdução
Em caso de dissertações, a redação é dividida em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Caso o estudante queira utilizar uma metáfora, é indicado que o uso seja feito na introdução, quando o tema está sendo apresentado ao leitor.
"Em 2016, por exemplo, o tema foi intolerância religiosa e eu me lembro de uma redação que recebeu a nota máxima que dizia que 'a intolerância ainda é uma sombra que cobre o nosso país'. A estudante fez uma metáfora sutil, discreta e efetiva na introdução para já demonstrar a opinião dela contrária ao preconceito religioso", relembra o professor de redação do pH.
Thiago Braga ainda destaca que o principal cuidado que o estudante deve ter ao fazer uma metáfora é garantir que a comparação está nítida e que qualquer leitor conseguirá enterder o sentido do uso da metáfora.
"É preciso ter certeza de que aquele recurso está comunicando, que é possível oferecer a informação devida ao leitor. Se, por acaso, a metáfora for confusa ou imprecisa, e isso for atrapalhar a comunicação, é melhor que o aluno não se valha desse recurso porque é possível tirar uma nota boa em uma redação sem utilizar metáfora", explica.
Não confunda: qual é a diferença entre metáfora e analogia?
A analogia é uma retórica dentro do discurso que faz a comparação objetiva entre dois elementos e que, comumente, é confundida com a metáfora.
"A metáfora é uma comparação, mas ela acontece forma implícita, ou seja, sem nenhum tipo de elemento comparativo e entre elementos de realidades muito diferentes. Já a analogia ocorre quando eu crio uma equiparação de características entre dois elementos que são comparaveis", reforça o professor.
Além disso, analogia é um recurso utilizado no desenvolvimento da redação, já a metáfora é melhor empregada na introdução.
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