Sirius é a estrela mais brilhante no céu noturno. Um astro gigante que gera 25 vezes mais luz que o Sol. Não foi por acaso que ela serviu de inspiração para batizar o equipamento científico mais complexo construído no país.
O Sirius brasileiro é um acelerador de elétrons desenhado para produzir uma luz super brilhante e com características especiais chamada de Luz Síncrotron. Ele mede mais de 500 metros de extensão e está instalado dentro de um prédio circular construído de forma única para atender aos mais exigentes padrões de estabilidade.
A Revista Quero viajou até o complexo de laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, o CNPEM, em Campinas, no interior de São Paulo, e conheceu as pesquisas realizadas e as carreiras escolhidas por quem trabalha com os equipamentos mais fantásticos em funcionamento no Brasil: o Sirius e seu irmão mais velho, o UVX, em funcionamento desde 1997.
Biólogos, físicos e químicos são os profissionais mais beneficiados por essas máquinas. É o caso da pesquisadora Cristiane Rodella, graduada em Física e com pós-graduações em Engenharia de Materiais e Química. Seu conhecimento hoje é empregado na busca por baterias e acumuladores de energia mais eficientes.
Ou a bióloga Daniella Trivella que, além da Biologia, buscou na Física e na Química os conhecimentos necessários para desenvolver remédios mais eficazes para combater o câncer.
Na outra ponta dos aceleradores estão engenheiros e técnicos das mais variadas especializações. Eletrônica, Elétrica, Mecânica e Mecatrônica são as carreiras dos profissionais que fazem o Sirius e o UVX funcionarem.
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Como funciona o Sirius?
No interior do Sirius, em tubos recheados com o mais puro vácuo, os elétrons giram a quase 300.000 km/s, ou seja, muito perto da velocidade da luz. A cada curva, as partículas viajantes emitem radiação eletromagnética e geram a Luz Síncrotron, utilizada em experimentos científicos.
Na prática, ele é um microscópio super potente, capaz de ver em detalhes a estrutura das moléculas das substâncias analisadas. A capacidade deste acelerador de elétrons de quarta geração deve fazer a pesquisa científica realizada ao sul da linha do Equador obter grandes avanços.